Tempo de trabalho de todos profissionais tem de ser contado
O secretário-geral do PCP diz que o tempo de trabalho de todos profissionais da administração pública tem de ser contado.
O secretário-geral do PCP disse esta terça-feira, relativamente ao descongelamento das carreiras, que o tempo de trabalho de todos profissionais da administração pública tem de ser contado.
“O que consideramos é que deve haver um princípio geral que tem de ser aplicado: O tempo deve contar para todos, sejam professores, das forças de segurança, da justiça, médicos ou enfermeiros” disse Jerónimo de Sousa, que falava à margem de uma iniciativa para alertar para os constrangimentos nas carreiras fluviais entre o Seixal e Lisboa.
Segundo o líder comunista, esta é a proposta do partido sem invalidar a responsabilidade do Governo de negociar com os sindicatos e com as associações profissionais.
O líder parlamentar do PCP assumiu na sexta-feira que o partido vai apresentar uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) relativa ao descongelamento das carreiras na administração pública, frisando que todo o tempo deve contar.
“Aquilo que o PCP fará, de certeza absoluta, é clarificar que o tempo de serviço conta. Aquilo que o PCP não fará de forma alguma é substituir-se à negociação coletiva que tem de ser feita entre sindicatos e Governo”, afirmou João Oliveira, em conferência de imprensa no parlamento.
Quase 50% dos professores vão ter progressões na carreira e mais de 7.000 recém-contratados vão ser colocados nos escalões previstos em 2018, medidas que vão custar mais 115 milhões de euros.
Questionado sobre o aumento do salário mínimo, Jerónimo de Sousa disse que cada trabalhador em cada empresa deve lutar para que este seja de 600 euros, tal como propõe a CGTP-IN, em sede de concertação social.
“É decisivo criar a dinâmica reivindicativa. No plano institucional não é a concertação social que decide, mas sim o Governo e este tem todas as condições para que se aumente para os 600 euros”, frisou.
Jerónimo de Sousa considerou que “é perfeitamente possível e exequível o aumento salarial num quadro de conquista de direitos e rendimentos”.
“Vamos batalhar até ao fim. Esta luta ainda não terminou. Há trabalhadores com o salário mínimo nacional que trabalham empobrecendo”, adiantou.
Na segunda-feira, no Fórum da TSF, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afastou a possibilidade de um aumento do salário mínimo, atualmente em 557 euros, que eleve a remuneração acima dos 580 euros.
Esta terça-feira, o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) disse que a estrutura sindical aceitará na concertação social a subida do salário mínimo nacional para os 580 euros, embora defenda que o ritmo económico do país permite ir mais longe, propondo por isso 585 euros.
Em declarações à margem de uma conferência organizada na sede da UGT, o secretário-geral da organização afirmou que prefere “manter uma postura moderada” nas negociações, mas considerou que, face ao ritmo económico do país, os 585 euros seriam “razoáveis”.
O secretário-geral da UGT lembrou que o Orçamento do Estado deste Governo já veio devolver rendimentos, com preocupações de consolidação orçamental, e defendeu que o crescimento do salário mínimo deve ser continuo, de forma a chegar aos 600 euros em 2019.
Sobre os 600 euros de salário mínimo proposto pela CGTP, Carlos Silva afirmou: “Não somos contra, mas parece que vai para além do ritmo [económico]. Prefiro apostar na moderação”.
A próxima reunião da concertação social está marcada para sexta-feira e, segundo os parceiros, será para se iniciar o debate sobre a atualização do salário mínimo.
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