Twitter e Facebook negam que Bolsonaro tenha contratado divulgação de conteúdos
Twitter afirmou que “averiguou internamente e foi constatado que as contas verificadas de Bolsonaro e do PSL não contrataram” a disseminação “de qualquer conteúdo”, declarou a empresa.
As redes sociais Twitter e Facebook informaram hoje o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a campanha do Presidente brasileiro eleito, Jair Bolsonaro, não contratou empresas para disseminação de conteúdos na internet.
O Twitter afirmou que “averiguou internamente e foi constatado que as contas verificadas do candidato Jair Messias Bolsonaro e do partido político Partido Social Liberal (PSL) [@jairbolsonaro e @psl_nacional] não contrataram” a disseminação “de qualquer conteúdo, seja este eleitoral ou não”, declarou a empresa, segundo o ‘site’ de notícias G1.
Esta rede social disse ainda que não permite anúncios de campanha eleitoral no Brasil e noutros três países, Marrocos, Paquistão e Coreia do Sul.
Também o Facebook informou que a página e as contas oficiais do futuro chefe de Estado do Brasil divulgadas pelo TSE não contrataram a disseminação “de conteúdos no período entre 16 de agosto de 2018 e 28 de outubro de 2018”.
No entanto, o Facebook adiantou estar disponível para investigar outras páginas e contas que não tenham sido registadas no TSE, “mediante a indicação das ‘URL’ (endereço de rede no qual se encontra algum recurso informático) correspondentes, nos moldes da legislação vigente”.
A resposta das duas empresas foi dada ao juiz relator Luís Roberto Barroso, responsável pela prestação de contas da campanha de Bolsonaro.
Luís Roberto Barroso determinou, na passada quinta-feira, que os gigantes da internet WhatsApp, Facebook, Twitter, Instagram e Google respondessem, num prazo de três dias, se houve ou não contratação de divulgação de informação em massa a favor do candidato durante as eleições, seja pelo próprio ou por terceiros.
Além do Twitter e Facebook, as outras três empresas também deverão prestar informações.
As eleições presidenciais, que culminaram no dia 28 de outubro com a escolha de Jair Bolsonaro para a presidência do Brasil, foram o primeiro sufrágio com autorização para divulgação de conteúdo nas redes sociais.
No entanto, como regra, teria de ser identificado de forma inequívoca e contratado, exclusivamente, por partidos políticos, coligações, candidatos ou representantes.
Em 18 de outubro o jornal Folha de São Paulo revelou um suposto esquema ilícito envolvendo Jair Bolsonaro e empresários que teriam alegadamente patrocinado a divulgação de mensagens falsas pela rede social WhatsApp.
Bolsonaro e os seus aliados negaram a contratação com essa finalidade.
A prática, em tese, pode ser ilegal, caso seja considerada pela Justiça doação para campanha feita por empresas.
Desde 2015, as empresas estão proibidas de doar dinheiro par as campanhas.
Após a publicação da reportagem, os advogados do candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, derrotado nas eleições, pediram ao TSE a abertura de uma ação de investigação judicial eleitoral para investigar o suposto abuso de poder económico e uso indevido de meios de comunicação pela campanha de Bolsonaro.
“Identificámos uma campanha de difamação no WhatsApp e, dado o volume de mensagens, sabíamos que havia dinheiro sujo. Hoje [o jornal] Folha de São Paulo traz provas de que de facto houve a montagem de uma organização criminosa de empresários que via caixa 2 [dinheiro não declarado à Justiça eleitoral] promoveu esta campanha de difamação, tentando cometer fraude e acabar com a eleição na primeira volta”, disse Haddad à imprensa brasileira, quando faltavam apenas dez dias para a segunda volta da eleição.
Texto: Redação WIN - Conteúdos Digitais com Lusa
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