Ucrânia: EUA tentam suspender Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Os EUA vão procurar a “suspensão” da Rússia do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, depois de dezenas de cadáveres de civis terem sido encontrados na cidade ucraniana de Busha.

Ucrânia: EUA tentam suspender Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Os Estados Unidos vão procurar a “suspensão” da Rússia do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, depois de dezenas de cadáveres de civis terem sido encontrados na cidade ucraniana de Busha, anunciou hoje a embaixadora norte-americana na ONU. “Não podemos permitir que participe do Conselho de Direitos Humanos da ONU um estado-membro que está a minar todos os princípios que são importantes para nós”, disse a embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (EUA), Linda Thomas-Greenfield, na rede social Twitter.

A diplomata dirigiu-se aos 140 países que “já votaram para condenar” a invasão russa da Ucrânia: “as imagens de Busha e a devastação em toda a Ucrânia obrigam-nos a falar agora”. “Em estreita coordenação com a Ucrânia e outros estados-membros e parceiros da ONU, os Estados Unidos trabalharão para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU”, acrescentou Linda Thomas-Greenfield, atualmente em visita à Roménia.

Ucrânia: Provas de massacres em Busha e Kiev têm de ser preservadas

A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos defendeu hoje que sejam preservadas todas as provas dos aparentes massacres de civis na cidade ucraniana de Busha e nos arredores de Kiev, a fim de se estabelecerem responsabilidades.

“A Rússia não pode usar o seu assento no Conselho como uma ferramenta de propaganda para sugerir que tem uma preocupação legítima com os direitos humanos”, acrescentou.

Dezenas de civis mortos foram encontrados em Busha, uma cidade a 60 quilómetros de Kiev, espalhados na rua, nalguns casos com as mãos amarradas nas costas e atirados em valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes.

Moscovo rejeitou em absoluto qualquer responsabilidade e disse que foi feita uma encenação por Kiev. Algumas imagens foram mostradas depois de as autoridades terem admitido estarem a fazer vídeos para documentar provas dos alegados crimes de guerra, provocando uma condenação internacional quase unânime. O conselheiro do Presidente ucraniano Oleksiy Arestovych considerou as imagens como uma “cena de um filme de terror”, referindo que algumas pessoas estavam amarradas e baleadas na cabeça e que os corpos mostravam sinais de tortura, existindo ainda relatos de violações.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,21 milhões de refugiados para os países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

 

 

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