Ucrânia: Governo de Londres reforça legislação para sancionar “elites corruptas” russas
O Governo de Londres disse hoje que vai reforçar a legislação para sancionar “mais duramente e rapidamente” as “elites corruptas” ligadas ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin, depois da invasão da Ucrânia, com Moscovo a prometer retaliar.
O Governo de Londres disse hoje que vai reforçar a legislação para sancionar “mais duramente e rapidamente” as “elites corruptas” ligadas ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin, depois da invasão da Ucrânia, com Moscovo a prometer retaliar. O anúncio surge quando o Governo é criticado com regularidade pela oposição e membros da maioria conservadora por não ser mais enérgico a enfrentar os fluxos duvidosos de dinheiro russo que chegam há anos ao Reino Unido.
O secretario de Estado do Tesouro, John Glen, disse hoje na BBC que o Governo queria agir “mais fortemente e rapidamente” para sancionar os oligarcas e empresas ligadas ao governo russo. “O que estamos a tentar fazer é ter uma base jurídica mais fácil para agir”, afirmou. Para reprimir estas “elites corruptas” o executivo precisou, num comunicado, que ia propor emendas ao projeto de lei que apresentou na terça-feira no Parlamento que visa lutar contra a criminalidade económica.
As emendas também permitem que o Governo se alinhe “mais rapidamente” com as sanções impostas a determinadas pessoas pela União Europeia, Estados Unidos ou Canadá. “Vamos aumentar a pressão sobre as elites criminosas que tentam lavar o seu dinheiro em solo britânico e apertar o cerco à corrupção. Não terão onde se esconder”, avisou o primeiro-ministro, Boris Johnson, no comunicado.
O Governo de Moscovo, por seu lado, denunciou “a histeria das sanções em que Londres desempenhou um dos papéis principais, se não o papel principal”, prometendo “medidas de retaliação proporcionais e severas” que “resultarão indubitavelmente na perturbação dos interesses britânicos na Rússia”.
A iniciativa britânica reflete a “escolha” feita pelo Governo de Londres de uma “confrontação aberta com a Rússia”, afirmou a porta-voz do ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, apelidando-a de “russofobia”.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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