Ucrânia: Guerra também tem regras e Rússia não está a respeitá-las
Augusto Santos Silva afirmou hoje que, além de ter violado “todos os princípios do direito internacional” ao invadir a Ucrânia, a Rússia está também a desrespeitar “as regras da guerra”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou hoje em Bruxelas que, além de ter violado “todos os princípios do direito internacional” ao invadir a Ucrânia, a Rússia está também a desrespeitar “as regras da guerra”. Em declarações à imprensa após uma reunião dos chefes de diplomacia da NATO, e antes de participar num novo Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, ambos na capital belga, Santos Silva disse que se verificou hoje uma “condenação liminar por parte de todos os aliados. E da Aliança da agressão militar em curso da Rússia contra a Ucrânia. E, em particular, a condenação do facto de a Rússia não estar a respeitar as regras da guerra. Que é uma atividade humana que também está sujeita a regras”.
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O ministro afirmou que a Aliança Atlântica deplora designadamente a forma “como as autoridades russas estão a conduzir ataques indiscriminados contra civis. Contra instalações civis e também instalações. Que, pela sua natureza, se atacadas e atingidas, podem provocar insegurança a nível absolutamente alarmante”. Augusto Santos Silva referia-se ao bombardeamento durante a última madrugada da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia. Que considerou “evidentemente condenável a todos os títulos”. O ministro apontou, de resto, que Portugal está entre os 29 países que solicitaram ao procurador do Tribunal Penal Internacional que sejam investigados “indícios bastante fortes de crimes de guerra”. E outros sob a sua alçada, que “parecem estar em curso” durante a ofensiva militar russa na Ucrânia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia. Com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, na Hungria, na Moldova e na Roménia, entre outros países. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho. Afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender. E garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional. A União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia. E o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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