Ucrânia: Kiev afirma que Moscovo aceitou “oralmente” propostas ucranianas
O principal negociador da Ucrânia nas negociações de paz com a Rússia, David Arakhamia, disse hoje que Moscovo aceitou “oralmente” as principais propostas ucranianas, acrescentando que Kiev aguarda agora confirmação por escrito.
Kiev afirma que Moscovo aceitou “oralmente” propostas ucranianas. Em declarações transmitidas pela televisão, David Arakhamia deu a entender que as negociações destinadas a acabar com as hostilidades fizeram progressos significativos.
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“A Federação Russa deu uma resposta oficial a todas as posições [ucranianas], nomeadamente que as aceita, exceto no que diz respeito à questão da Crimeia”, anexada por Moscovo em 2014, assegurou Arakhamia. Embora “não haja confirmação oficial por escrito”, o lado russo aceitou “oralmente”, acrescentou. O negociador também disse que se uma reunião entre os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin, acontecer, “provavelmente” será na Turquia.
O chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, que esta semana recebeu as delegações russa e ucraniana no seu país, “telefonou-nos e a Vladimir Putin” na sexta-feira, dizendo que acolheria tal reunião, disse. “Não sabemos a data ou o local, mas pensamos que o local provavelmente será Ancara ou Istambul”, observou Arakhamia.
Desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Zelensky pediu repetidamente conversas individuais com Putin. O negociador ucraniano enfatizou que Moscovo concordou, durante as negociações, que um referendo sobre a neutralidade da Ucrânia seria “a única saída para esta situação”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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