Ucrânia: UE trabalha em novas sanções face à “negligência do Kremlin em relação aos civis”
Ursula von der Leyen confirmou hoje que a UE está a trabalhar em novas sanções contra a Rússia, à luz da “negligência do Kremlin em relação aos civis” durante a ofensiva militar na Ucrânia.
A presidente da Comissão Europeia confirmou hoje que a União Europeia está a trabalhar em novas sanções contra a Rússia. À luz da “negligência do Kremlin em relação aos civis” durante a ofensiva militar em curso na Ucrânia. Numa declaração à imprensa ao acolher na sede do executivo comunitário, em Bruxelas, o primeiro-ministro italiano, Ursula von der Leyen indicou que um dos assuntos que vai discutir com Mario Draghi é “o novo pacote de sanções”. Em que a UE está “a trabalhar neste momento” para punir “a guerra atroz” conduzida pelo Presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia.
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“Como sabem, já temos três pacotes de sanções de grande impacto. Mas agora temos que nos certificar de que não existem lacunas e que os efeitos das sanções são maximizados”, disse. Segundo Von der Leyen, “as sanções em vigor estão realmente a ‘morder'”. Como o demonstra “a turbulência descendente na economia russa”. Mas, “tendo em conta a evolução da situação na Ucrânia, e a negligência do Kremlin em relação aos civis – mulheres, crianças, homens”, a UE está já “naturalmente a trabalhar em novas sanções”.
“As sanções em vigor estão realmente a ‘morder'”
Por seu lado, Mario Draghi saudou “a unidade” do bloco europeu face à agressão militar russa na Ucrânia. E defendeu que “é essencial” os 27 “permanecerem unidos para lidar com todas as consequências que esta crise terá em toda a União. Incluindo o acolhimento de refugiados da Ucrânia e a proteção da segurança energética”. Von der Leyen acrescentou que também vai discutir com Draghi a questão da Energia. E o modo de a UE se “libertar” da dependência do petróleo e gás da Rússia. Adiantando que a Comissão Europeia vai apresentar uma proposta já na terça-feira. Por ocasião da reunião semanal do colégio, em Estrasburgo, França.
Na passada sexta-feira, à saída de mais uma reunião extraordinária de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE dedicada à guerra na Ucrânia, o ministro Augusto Santos Silva revelou que “certamente” serão acrescentadas em breve à lista de sanções da UE novas personalidades russas, designadamente oligarcas. “Tendo em conta a evolução, infelizmente muito negativa, da situação no terreno. Com a continuação e o agravamento da agressão militar russa, nós fizemos uma primeira discussão ao nível político sobre novas medidas e novas sanções”, disse. O ministro especificou que os 27 têm designadamente em mente “novas medidas de isolamento da Rússia nas organizações internacionais. Designadamente nas instituições financeiras multilaterais”. E “o alargamento da lista de personalidades russas ligadas à oligarquia e ao regime a serem sancionadas”.
Os 27 têm em mente “novas medidas de isolamento da Rússia”
Santos Silva revelou que os nomes a acrescentar à lista já estão a ser discutidos. Apontando que, “com o total apoio de Portugal, a Polónia apresentou uma primeira lista adicional”. Sendo agora necessário “cumprir as regras próprias dos procedimentos jurídicos no espaço da UE”. “Mas certamente que nos próximos dias ou semanas acrescentaremos à lista de pessoas singulares russas objeto de sancionamento por estarem ligadas política, militar ou economicamente ao regime de [o Presidente russo Vladimir] Putin novas pessoas singulares ou coletivas”, disse.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia. Que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional. Que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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