UE/Eleições: Metsola pede aos portugueses que “não cedam ao cinismo fácil”

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, apelou hoje em Lisboa ao voto nas eleições europeias de 09 de junho, pedindo aos portugueses que “não cedam ao conforto do cinismo fácil”, enquanto enalteceu o que chamou de “efeito português”.

UE/Eleições: Metsola pede aos portugueses que

“Se a Europa ainda não é o lugar que querem que seja, compreendam que a responsabilidade de a mudar é tanto vossa como de qualquer outra pessoa. (…) Não cedam ao conforto do cinismo fácil nem se deixem influenciar pelas soluções ocas para questões complexas apresentadas pelos extremos políticos”, pediu a líder europeia, a realizar hoje uma visita a Portugal, durante a cerimónia em que foi distinguida com o grau de doutor ‘Honoris Causa’ atribuído pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade de Lisboa.

“Levanta-te, sê a mudança, faz com que a tua voz seja ouvida. Para de esperar que alguém o faça. No dia 09 de junho, vai votar e faz parte desse histórico efeito português”, apelou Metsola.

Durante a sua intervenção, a presidente do Parlamento Europeu defendeu que Portugal “é um país que personifica o que significa ser europeu”, com “um povo que simboliza o espírito de resiliência, de solidariedade e de união – valores que a Europa tem de continuar a abraçar”.

“É aquilo a que chamo o efeito português”, sustentou.

“Estamos na cidade da Europa – o Tratado de Lisboa definiu a Europa moderna. Em 2007, os líderes europeus, liderados por José Manuel Durão Barroso na Comissão [Europeia], reuniram-se aqui, numa poderosa combinação de simbolismo e ambição orientada para o futuro, para definir o caminho da Europa; isso significou um Parlamento Europeu mais forte mas, mais importante, significou que fomos capazes de enfrentar juntos os desafios da última década e meia. Agora, precisamos de encontrar esse mesmo espírito – essa coragem política – para dar os próximos passos”, sublinhou Metsola.

Portugal, prosseguiu, “compreendeu, mais cedo e talvez melhor do que a maioria, que nunca poderemos ser livres enquanto não formos todos livres, que nunca poderemos estar seguros enquanto não estivermos todos seguros”.

“E que uma Europa unida é a melhor garantia para todos os nossos povos”, salientou.

Esse “efeito português”, ilustrou, ficou patente quando, dias depois da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, se encontrou em Estrasburgo, França, com um grupo de mulheres e crianças refugiadas ucranianas que se dirigiam para o Porto.

“Foi um momento emotivo, mas que mostrou que, mesmo nos momentos mais difíceis, Portugal não fugiu às suas responsabilidades. Dos valores que o guiaram das garras da opressão para a democracia em direção ao coração da União Europeia. (…) Foi o melhor da Europa em exibição”, descreveu.

Portugal é “a nação onde a Europa começa” e “a porta de entrada para o resto do mundo”, frisou.

E concluiu: “Da América Latina, da África à Ásia, os vossos laços únicos permitiram que a Europa falasse com uma voz global e ouvisse de uma forma que permite um entendimento comum e protege o multilateralismo”.

A presidente do Parlamento Europeu prossegue hoje a sua visita a Portugal, que tem como principal objetivo combater a abstenção nas próximas eleições europeias, com encontros com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

JH // SCA

By Impala News / Lusa

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