Um manifestante morto em protesto contra o Governo queniano

Um manifestante foi morto quinta-feira à noite na capital queniana, numa manifestação contra um projeto de lei apoiado pelo Governo para aumentar e introduzir novos impostos, anunciou hoje a Autoridade Independente de Supervisão da Polícia.

Um manifestante morto em protesto contra o Governo queniano

Segundo a mesma entidade, está a decorrer uma investigação para determinar as circunstâncias da morte, na sequência de acusações contra um agente da polícia.

“Quinta-feira, recebemos informações sobre a morte de um manifestante e está a decorrer uma investigação”, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) um responsável da IPOA, que afirmou ter recebido “fotografias de um polícia”.

De acordo com um relatório da polícia, um homem de 29 anos foi levado para um hospital no distrito comercial central de Nairobi por volta das 19:00 (17:00 em Lisboa) “inconsciente com uma ferida na coxa” antes de “sucumbir” aos ferimentos, sem mais pormenores.

Também a Amnistia Internacional no Quénia confirmou a morte do manifestante, “quando tentava fugir da polícia”.

“A pessoa que disparou os tiros estava em trajes civis, mas acompanhava a polícia. A IPOA deve agora investigar”, referiu a Amnistia.

As manifestações desta semana foram convocadas principalmente por jovens através de redes sociais como TikTok, X (antigo Twitter) ou Facebook e tendem a ter um tom pacífico.

A proposta de Lei das Finanças 2024 do Governo propunha novos impostos, como um IVA de 16% sobre o pão e um imposto de 2,5% sobre os veículos automóveis, bem como um aumento de alguns impostos existentes, como o serviço de transferência de dinheiro por telemóvel.

No entanto, o presidente da Comissão de Finanças e Planeamento da Assembleia Nacional, Kimani Kuria, anunciou, na terça-feira, após uma reunião presidida por Ruto, pouco antes de o projeto de lei ser apresentado, que haverá alterações e que alguns impostos serão eliminados.

Entre outros, foram abolidos o IVA sobre o pão, sobre os produtos sanitários como as fraldas, o imposto sobre os veículos automóveis e o aumento dos serviços de transferência de dinheiro por telemóvel.

 

NYC // JMC

By Impala News / Lusa

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