Ventura compara Montenegro a Marine Le Pen

O presidente do Chega, André Ventura, comparou hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, à líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, para defender que políticos sobre os quais recaiam suspeitas não devem recandidatar-se a cargos públicos.

Ventura compara Montenegro a Marine Le Pen

“Se temos um dirigente, ou uma dirigente, ou um político, ou uma política, ou um ex-primeiro-ministro, ou um primeiro-ministro suspeito de enriquecer no exercício das funções que tem, suspeito de desviar dinheiro, […] então não se pode recandidatar, seja em Portugal, em França, em Itália, na Alemanha”, afirmou. 

André Ventura falava aos jornalistas à margem de uma arruada em Setúbal, depois de questionado sobre a condenação da líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, por desvio de fundos europeus. A antiga presidente da União Nacional ficou também impedida de concorrer às eleições presidenciais.

Confrontado com o facto de Marine Le Pen já ter sido condenada e o primeiro-ministro não ser sequer arguido, o líder do Chega alegou que Luís Montenegro “tem visto aumentar dia após dia suspeitas sobre a sua conduta” e “é suspeito de ter enriquecido à custa da sua atividade pública e política”.

“Isto é mau para a democracia e é mau, quer quando a pessoa é condenada, mas também quer quando estas suspeitas existem e não são explicadas. Suspeitas podem existir sobre qualquer pessoa, a diferença dos políticos sérios é que não fogem e explicam”, defendeu.

Ventura considerou que, tanto num caso como no outro, “se têm de retirar as devidas consequências”, afirmando que “não é pior” o caso de Le Pen do que o caso de Montenegro.

“Se Marine Le Pen é suspeita e condenada por ter usado fundos do Parlamento Europeu para o parlamento nacional ou para o partido, o que diria a justiça francesa no caso de um político que compra casas de seis andares, no caso de um político que compra casas a pronto em Lisboa, no caso de um político que recebe dinheiro enquanto está a exercer o cargo de primeiro-ministro… A justiça francesa já o teria algemado e levado para uma prisão em Paris”, argumentou.

O líder do Chega alertou também para “o risco” de “as inelegibilidades se tornarem uma forma de afastar opositores políticos”, defendendo que a justiça “não se deve substituir à democracia” e que os tribunais não podem fazer “perseguição política”.

Marine Le Pen, antiga presidente da União Nacional (RN, na sigla em francês) e atual líder do grupo parlamentar do partido na Assembleia Nacional francesa, foi hoje condenada pelo Tribunal de Paris a quatro anos de prisão, dois dos quais não suspensos e sujeitos a um sistema de vigilância eletrónica, a uma multa de 100.000 euros e a cinco anos de inelegibilidade.

Le Pen e oito eurodeputados franceses da União Nacional foram considerados culpados de terem desviado fundos públicos do Parlamento Europeu.

O advogado de Le Pen anunciou que irá recorrer da decisão, embora a interdição de exercer cargos públicos não seja passível de recurso.

 

FM (JH) // JPS

By Impala News / Lusa

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