Ventura diz que candidatura de Montenegro abre precedente e “não prestigia a democracia”
O presidente do Chega considerou hoje que a candidatura de Luis Montenegro nas próximas legislativas “não prestigia a democracia” e “abre sérias questões de integridade moral, ética e até legal”, e pode “abrir um precedente perigoso”.

“As eleições são sempre um jogo em aberto, vamos ver o que vai acontecer, mas que a candidatura de Luis Montenegro abre serias questões de integridade moral e ética e até legal, abre”, sustentou André Ventura, em Matosinhos, no distrito do Porto, à margem de uma visita à Qualifica — Feira de Educação, Formação e Juventude.
Segundo o líder do Chega, candidatar-se “é uma opção” de Luis Montenegro que “não prestigia a democracia”, porque o “melhor serviço” que o atual primeiro-ministro e presidente do PSD faria ao “país, à democracia e à integridade da democracia era não se candidatar”.
Apesar de admitir que não há qualquer norma que impeça Luis Montenegro de se candidatar nas legislativas, André Ventura alertou para uma possível consequência dessa decisão: “Isto cria um precedente na democracia e cria uma regra que pode ficar com efeitos para o futuro, que é um primeiro-ministro poder ser suspeito de todas as coisas, das coisas mais incríveis ou das menos incríveis, e apresentar-se a votos para dizer ‘se as pessoas votarem em mim as suspeitas apagam-se'”.
“Eu não encontro uma pessoa que compreenda bem porque é que vamos a votos (…) acho que no seu íntimo toda a gente sabe que vamos a eleições porque o primeiro-ministro não quis uma investigação à sua situação”, disse.
André Ventura acusou Luis Montenegro de achar que “tinha um estatuto diferente” dos restantes líderes partidários e que “podia estar acima e não responder aos jornalistas nem aos partidos”.
“Eu acho que isso merece um cartão vermelho de quem leva a democracia a sério”, concluiu.
JCR // JPS
By Impala News / Lusa
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