Vice-presidente dos EUA pede à Europa para conter imigração ilegal
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, pediu hoje às autoridades europeias que contenham a imigração ilegal no continente, alegando que o eleitorado europeu não votou para abrir “comportas a milhões de imigrantes não investigados”.
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Durante o seu discurso de abertura na Conferência de Segurança, que teve hoje início em Munique, na Alemanha, Vance pediu aos europeus que “mudassem de rumo” em relação à imigração, um dia depois de um ataque com um carro em Munique, em que o suspeito é um requerente de asilo afegão.
“Quantas vezes temos de sofrer estes terríveis reveses antes de mudarmos de rumo (…)?, questionou, citando o exemplo do atropelamento que provocou mais de 30 feridos.
“Nenhum eleitor deste continente foi às urnas para abrir as comportas a milhões de imigrantes descontrolados”, sublinhou, acrescentando que “a migração em massa” é o problema “mais urgente” enfrentado por todos os países.
O futuro da Ucrânia é o principal ponto da agenda em Munique, após um telefonema, esta semana, entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, em que ambos prometeram trabalhar em conjunto para pôr fim ao conflito de três anos entre a Rússia e a Ucrânia.
Vance sublinhou a exigência dos EUA de que os membros da NATO aumentem as despesas com a defesa, falando num momento de intensa preocupação e incerteza sobre a política externa da administração Trump.
É esperado que Vance se encontre ainda hoje com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para conversações que muitos observadores, particularmente na Europa, esperam que lancem pelo menos alguma luz sobre as ideias de Trump para uma solução negociada para a guerra.
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse na conferência que “todos querem que esta guerra acabe”. Mas “a forma como esta guerra terminará”, disse, “terá uma influência duradoura na nossa ordem de segurança e na posição de poder da Europa e da América no mundo”.
Vance começou o seu dia em Munique reunindo-se separadamente com Steinmeier, com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e com o secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, encontros em que aproveitou para reiterar o apelo da administração Trump para que os membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) gastem mais em defesa.
Atualmente, 23 dos 32 países membros da NATO estão a atingir o objetivo da aliança militar ocidental de gastar 2% do PIB (Produto Interno Bruto) de cada país em defesa.
“A NATO é uma aliança militar muito importante, claro, da qual somos a parte mais significativa, mas queremos ter a certeza de que a NATO é realmente construída para o futuro, e pensamos que uma grande parte disso é garantir que a NATO partilha um pouco mais de responsabilidades na Europa, para que os Estados Unidos se possam concentrar em alguns dos desafios na Ásia Oriental”, disse Vance a Rutte.
No seu discurso em Munique, o vice-presidente norte-americano afirmou ainda que a liberdade de expressão está a diminuir, sobretudo na Europa, criticando os aliados pela redução de valores partilhados com os Estados Unidos.
Lamentando “a perda dos valores europeus”, Vance criticou os países por suprimirem “visões políticas alternativas” e perseguirem mensagens divergentes.
“A ameaça que mais me preocupa para a Europa é a ameaça interna representada pelo recuo da Europa em relação aos valores que partilha com os Estados Unidos”, afirmou.
Segundo Vance, as regulamentações de Bruxelas sobre as redes sociais são um ataque à liberdade de expressão “num esforço para combater o que chamam de ‘discurso de ódio'”, assim como as ações da polícia alemã, que acusou de perseguir indivíduos por “lançarem discursos antifeministas”.
“Quando vemos tribunais europeus a anular eleições”, disse Vance sobre a recente decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de rejeitar as alegações do candidato presidencial pró-russo da Roménia para validar a sua vitória eleitoral, “temos de nos perguntar se precisamos de fazer mais do que apenas falar de valores e começar a agir de acordo com eles”.
Segundo sublinhou, se uma democracia for destruída por mensagens pagas por uma potência estrangeira é porque, “provavelmente, não era uma democracia muito forte”.
O vice-presidente norte-americano assegurou, no entanto, que Donald Trump vai lutar para defender a liberdade de expressão, resumindo a situação com uma frase: “Em Washington, há um novo xerife na cidade”.
PMC // JMR
By Impala News / Lusa
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