Advogado chinês dos direitos humanos reúne com família após cinco anos preso
O advogado chinês especializado em casos de direitos humanos Wang Quanzhang conseguiu na segunda-feira reunir com a família, após cumprir quase cinco anos de prisão, na sequência de uma campanha contra dissidentes lançada pelo regime chinês.
Num vídeo difundido pela família é possível ver a mulher, Li Wenzu, no seu apartamento em Pequim, e o filho do casal, Quanquan, a aguardarem a chegada de Wang Quanzhang a casa, acompanhado por vários agentes de segurança. Li, cuja campanha pela libertação do seu marido a tornou numa das ativistas mais importantes do país asiático, é vista a chorar nos braços de Wang, que ela viu, pela última vez, numa visita à prisão, em Linyi, no leste da China, em 16 de janeiro passado. Desde a sua libertação, no dia 05 de abril, Wang permaneceu sob vigilância policial na sua antiga casa na cidade de Jinan, província de Shandong, enquanto a sua família ficou no seu local habitual de residência, em Pequim.
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Wang Quanzhang tentou visitar a mulher no hospital, mas foi intercetado
As autoridades justificaram a decisão de manter Wang em Jinan com a necessidade de cumprir o período de quarentena de duas semanas, medida de prevenção contra a propagação do novo coronavírus, mas mesmo volvido esse período não permitiram o seu regresso a Pequim. No entanto, no fim da semana passado, Li começou a sofrer fortes dores abdominais e foi levada para o hospital, e Wang, ao receber a notícia, tentou regressar a Pequim para ver a sua mulher, apesar de ter sido intercetado no caminho.
Julgado e preso por «subversão contra o Estado»
Foi só na segunda-feira, quando a sua mulher já estava em casa, que ele se pode juntar à família. «É um grande alívio ver que Wang Quanzhang finalmente conseguiu reunir com a esposa e o filho. É sem dúvida um resultado positivo da perseverança da sua esposa e da contínua pressão internacional sobre este caso», disse Leo Lan, da organização China Human Rights Defenders, citado pela agência EFE. Em dezembro de 2018, a justiça chinesa iniciou o julgamento de Wang, acusado de «subversão contra o Estado» – acusação geralmente usada contra ativistas e dissidentes na China – e que resultou numa sentença, emitida no mês seguinte, de quatro anos e meio de prisão.
Mais de 300 advogados de defesa dissidentes detidos e condenados
Em 28 de junho de 2019, depois de quase quatro anos sem ver o marido, Li conseguiu visitá-lo na prisão. Em julho de 2015, o Governo chinês lançou uma ampla campanha para perseguir advogados de defesa dissidentes, que resultou na detenção de mais de 300 pessoas. Desde então, vários advogados foram condenados à prisão por subversão do poder do Estado.
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