Zelensky afirma que regime sírio caiu devido a foco da Rússia na Ucrânia
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje que o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, caiu, em parte, devido à concentração do exército russo na invasão da Ucrânia.
“O regime de al-Assad caiu porque não existem tropas russas realmente poderosas no país. Foram todas transferidas para a Ucrânia, as quase 800.000 tropas russas estão no território da Ucrânia”, disse Zelensky, sublinhando a ligação entre os acontecimentos no Médio Oriente, na Ucrânia e noutras partes do mundo.
“A força da Ucrânia determina se o exército russo é forte. Porque se a Ucrânia cair, [o Presidente russo, Vladimir] Putin regressará à Síria para se vingar, a África e a muitas outras regiões que lhe interessam”, alertou o Presidente ucraniano, num encontro com o primeiro-ministro da Estónia, Kristen Michal.
O país invadido continua a reforçar o seu exército em conjunto com os seus parceiros internacionais e vai pedir à França ajuda para preparar uma brigada adicional das Forças Armadas ucranianas, revelou Zelensky.
A Ucrânia pediu também ajuda à Estónia, Lituânia e Letónia para equipar outra nova brigada, disse.
Zelensky sublinhou que estas brigadas são importantes pois a Ucrânia “não tenciona render-se”.
“Faremos tudo o que pudermos”, afirmou o primeiro-ministro da Estónia, Kristen Michal, referindo que o seu país tem vindo a reforçar o seu complexo militar-industrial para poder fornecer mais munições e equipamento mais rapidamente à Ucrânia.
“Comprometemo-nos a gastar 0,25 por cento do nosso Produto Interno Bruto [para apoiar a Ucrânia]. E se pudermos fazer mais, por exemplo no ciberespaço ou no aquecimento ou na energia, fá-lo-emos, porque sabemos que o inverno e a primavera serão muito difíceis para a Ucrânia”, afirmou o líder estónio.
“Quanto à União Europeia (UE) e à NATO, também deixámos bem claro que a Ucrânia faz parte da Europa e deve fazer parte da NATO”, sublinhou Michal.
O país tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
A Ucrânia tem estatuto de país candidato à UE desde meados de 2022.
Em maio de 2024, o Conselho concluiu que o plano da Ucrânia cumpria as condições prévias para que a Ucrânia recebesse até 50 mil milhões de euros de apoio ao abrigo do Mecanismo Ucrânia e, em agosto, foi paga a primeira parcela da UE.
Este mecanismo entrou em vigor em 01 de março passado para, através de subvenções e empréstimos, apoiar a recuperação, a reconstrução e a modernização da Ucrânia no período de 2024 a 2027.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
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By Impala News / Lusa
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