Zelensky agradece ao novo MNE francês “apoio inabalável” de Paris

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu hoje à França o “apoio inabalável” de Paris, após uma reunião com o novo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, com quem abordou as necessidades de defesa da Ucrânia.

Zelensky agradece ao novo MNE francês

“Obrigado, França, pelo apoio inabalável no campo de batalha aos nossos soldados e pela assistência ao nosso povo”, escreveu Zelensky numa mensagem publicada na rede social Telegram, na qual se referia ao seu encontro de hoje com o novo ministro dos Negócios Estrangeiros francês.

O líder ucraniano acrescentou que foram discutidas as necessidades de defesa da Ucrânia: produção conjunta de ‘drones’ (aparelhos não tripulados), artilharia e fortalecimento da defesa antiaérea.

“Informei-o sobre o trabalho a propósito da Fórmula da Paz” proposta por Kiev, disse Zelensky, que agradeceu à França pela sua participação ativa neste trabalho global.

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, afirmou hoje durante uma visita a Kiev que a Ucrânia “é e continuará a ser a prioridade” de França.

Tratou-se da primeira visita ao estrangeiro de Stéphane Séjourné como chefe da diplomacia francesa.

Em conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo ucraniano Dmytro Kuleba, Séjourné afirmou ser na Ucrânia “que os princípios fundamentais do direito internacional e os valores da Europa, bem como os interesses de segurança dos franceses, estão a ser defendidos”.

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros francês foi hoje a Kiev mostrar o apoio de Paris à Ucrânia antes do segundo aniversário da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

A visita surge numa altura crucial para a Ucrânia, quando os seus aliados europeus e norte-americanos debatem a continuação do apoio ao país face aos ataques russos.

Séjourné, nomeado chefe da diplomacia francesa na quinta-feira, “chegou a Kiev para a sua primeira viagem ao terreno, a fim de prosseguir a ação diplomática francesa no país e reiterar o compromisso da França com os seus aliados e com a população civil”, disse o seu ministério na rede social X (antigo Twitter).

“Durante quase dois anos, a Ucrânia tem estado na linha da frente na defesa da sua soberania e na garantia da segurança da Europa. A ajuda da França é um compromisso a longo prazo. É o que venho dizer em Kiev nesta minha primeira deslocação”, afirmou o ministro numa mensagem publicada na mesma rede social.

A ajuda militar de França à Ucrânia ascende a 3,2 mil milhões de euros, de acordo com um relatório parlamentar publicado em novembro.

O forte apoio dado pelos países ocidentais após a invasão russa sofreu uma quebra nas últimas semanas, num contexto de divergências políticas.

As novas promessas de ajuda ocidental abrandaram drasticamente, caindo para o seu nível mais baixo desde o início da guerra, segundo indicou o instituto de investigação alemão Kiel Institute, no início de dezembro.

Na sexta-feira à noite, Moscovo lançou 40 mísseis e ‘drones’ contra a Ucrânia, oito dos quais foram destruídos e “mais de 20” falharam o alvo, graças, nomeadamente, a “contramedidas eletrónicas”, anunciou a força aérea ucraniana.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 após a desagregação da antiga União Soviética e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra as cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia ilegalmente anexada em 2014.

HB (RCP) // SCA

By Impala News / Lusa

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