População de Macomia receosa com aproximação de supostos extremistas
A população da vila de Macomia, na província moçambicana de Cabo Delgado, relatou hoje momentos de medo na povoação face à aproximação de supostos extremistas, com muitos a optarem por não sair de casa.

“Estavam bem perto da vila, desconfiamos porque mostravam ser pessoas estranhas e alguns até esfarrapados”, relatou uma fonte local, a partir de Macomia.
Segundo os relatos locais, estes elementos foram avistados nas últimas horas nas imediações da vila por populares que regressavam dos campos agrícolas.
A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, rica e gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
Devido aos receios com esta aproximação a Macomia, a celebração local do Eid al-Fitr, que desde domingo assinala o fim do jejum do Ramadão, foi condicionada, com algumas pessoas a preferirem ficar em casa, por receio de um ataque à vila.
“Muitos não demoraram nas mesquitas. Há sempre medo quando se fala de terroristas, ninguém tem boa memória deles”, explicou outra fonte.
O último grande ataque aconteceu em 10 e 11 de maio de 2024, precisamente na sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.
RYCE // JMC
By Impala News / Lusa
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