Aguiar Branco confirma conversa com Rui Paulo Sousa mas diz que foi “irrelevante” 

O presidente da Assembleia da República confirmou hoje que falou com o vice-presidente do Chega na quinta-feira mas considerou a conversa “absolutamente irrelevante” para a investigação ao alegado furto de malas por parte do deputado Miguel Arruda.

Aguiar Branco confirma conversa com Rui Paulo Sousa mas diz que foi

“O senhor deputado Rui Paulo Sousa disse que falou comigo no que diz respeito a esta matéria na quinta-feira, é verdade que ele se encontrou comigo a seguir ao plenário, de uma forma informal, tal como eu falo com muitos deputados que se encontram comigo nos corredores (…) eu falei, disse o que tinha a dizer, não tinha nenhum impacto e era absolutamente irrelevante para a investigação”, afirmou, esta tarde, José Pedro Aguiar Branco, a falar à chegada de Espanha no aeroporto do Porto.

Sobre o pedido de levantamento da imunidade parlamentar do agora deputado não inscrito Miguel Arruda, o também ex-ministro adiantou que aquele pedido ainda não terá sido feito: “Estou a chegar de Espanha, que eu saiba até agora, não”, disse, acrescentando, depois, que o pedido de Miguel Arruda para baixa médica também ainda não terá sido entregue.

O gabinete do deputado Miguel Arruda, suspeito de furtar malas nos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada, foi alvo de buscas na segunda-feira e, segundo o Chega, foi o partido, através do vice-presidente e deputado Rui Paulo Sousa, que alertou o presidente da Assembleia da República, na última quinta-feira, para a situação de existirem malas suspeitas naquele gabinete.

“Alertar para quê? Estava uma investigação a correr, a alertar para quê”, questionou Aguiar Branco quando confrontado com a versão do partido liderado por André Ventura.

“Eu confirmo e é a minha forma de estar na politica e no que diz respeito ao exercício da minha função: É verdade que o senhor deputado Rui Paulo Sousa pediu para falar comigo depois de um plenário, é verdade que teve essa conversa nos Passos Perdidos, em trânsito que eu estava para o meu gabinete (…) Aquilo que foi dito era, no meu entender, irrelevante para efeitos da investigação em causa”, voltou a salientar.

Segundo Aguiar Branco fez questão de salientar, “houve um despacho, esse despacho solicitou que se procedesse à apreensão de alguns bens que estavam supostamente na Assembleia da República (AR) e num determinado gabinete, foi solicitada a colaboração da AR para o efeito, dentro daquilo que era o quadro legal a Assembleia fê-lo”.

“Foi solicitada a notificação do senhor deputado Miguel arruda para poder estar presente ou um mandatário e também do grupo parlamentar do Chega. O que foi feito, foi conforme aquilo que foi solicitado pela Procuradoria-Geral da Republica, acompanhado por uma senhora magistrada e dentro do quadro legal que na situação exigia, nem foi levantado nenhum incidente quanto a isso”, descreveu.

O resto é, para Aguiar Branco, retórica política: “Tudo decorreu sem incidentes, eu até fico surpreso que tipo de preocupação existe hoje (…) Tudo para além do que disse é retórica politica, que não compete a mim enquanto presidente da AR estar a contribuir para isso”.

Aguiar Branco deixou, por isso, um pedido: “O meu apelo é que todos os senhores deputados, todos, na forma como se comportam, como dizem, como põe no espaço público estas matérias tenham em atenção que é preciso defender e proteger o parlamento, respeitar e dignificar a instituição”.

Na quarta-feira, foi noticiado que Miguel Arruda tinha sido constituído arguido por suspeita de furto de malas, depois de na terça-feira a PSP ter realizado buscas nas casas do deputado em São Miguel e em Lisboa.

Na quinta-feira, Miguel Arruda, após uma reunião com André Ventura, na Assembleia da República, comunicou que iria desfiliar-se do Chega, partido pelo qual foi cabeça de lista pelos Açores, e passar a deputado não inscrito.

JCR// SF

By Impala News / Lusa

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