Ajuda alimentar de urgência é prioridade para a ONU devido ao ciclone Dikeledi em Moçambique
A representante do Escritório de Assistência Humanitária da ONU em Maputo (Ocha, na sigla inglesa), Paola Emerson, salientou hoje que a ajuda alimentar urgente aos afetados pelo ciclone Dikeledi em Moçambique “é a maior prioridade no momento”.
Em comunicado, Paola Emerson afirmou que as agências humanitárias “responderam rapidamente” após a passagem do Dikeledi, no domingo, pelo norte de Moçambique, a mesma região afetada há menos de um mês pelo ciclone Chido, e alertou que o país pode ser atingido por mais 12 tempestades até abril.
“A comida é a principal preocupação, com mais de 3 milhões de pessoas que já estavam em alta insegurança alimentar aqui em Moçambique. A resposta dos parceiros humanitários começou logo quando o ciclone estava para atingir [o país]. A partir do último sábado, o Programa Alimentar Mundial e seus parceiros providenciaram assistência alimentar de uma semana a mais de 190 mil pessoas. A vacinação contra a cólera, que começou em 06 de janeiro, atingiu 86% das 200 mil pessoas que eram alvo”, detalhou.
Com a passagem do Dikeledi, foi a segunda vez que um ciclone atingiu as províncias de Cabo Delgado e Nampula, no norte do país, em menos de um mês.
Em meados de dezembro, o ciclone Chido atravessou a mesma região matando dezenas de pessoas.
O Ocha prevê que Moçambique seja alvo de mais 12 tempestades de grande intensidade até abril.
Para Paola Emerson, os desastres naturais são resultado dos efeitos da mudança climática.
No comunicado, a agência da ONU para os Refugiados (Acnur) anunciou que, no início desta semana, a atuação com parceiros permitiu distribuir mais de 800 ‘kits’ de artigos para socorrer 4.000 pessoas.
O objetivo das agências das Nações Unidas é fazer chegar ajuda a mais de 400.000 pessoas afetadas pelos ciclones, mas enfatizam que é preciso financiamento adicional urgente.
O ciclone Dikeledi atingiu Moçambique na segunda-feira, a partir do distrito de Mossuril, em Nampula, tendo causado a morte de pelo menos cinco pessoas e destruído mais de cinco mil casas.
“Até ao momento, há confirmação de que contamos com 35.174 pessoas que foram afetadas, o que corresponde a 8.225 famílias (…), temos um óbito em Mossuril, três em Angoche e um em Nampula”, anunciou, em comunicado divulgado na quarta-feira, a presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Meque.
O mau tempo afetou também a província da Zambézia, no centro de Moçambique, segundo as autoridades.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
EL (LN/LYCE) // MLL
By Impala News / Lusa
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