Anna Delvey, a falsa herdeira que enganou os poderosos da bolsa
Anna Sorokina aterrou em Nova Iorque com o objetivo de abrir um clube privado para a elite. Adotou o apelido Delvey e fez-se passar por uma alemã herdeira de uma fortuna avaliada em 50 milhões de euros.
O mais recente documentário da Netflix, Inventing Anna [Inventando Anna], estreou na passada sexta-feira quarta-feira e já está no top 10 da plataforma. Anna Sorokina aterrou em Nova Iorque com o objetivo de abrir um clube privado para a elite. Adotou o nome de Anna Delvey – alegou que seria o apelido de solteira da mãe – e fez-se passar por uma alemã herdeira de uma fortuna que superava os 50 milhões de euros. No Instagram fazia questão de mostrar a sua vida repleta de viagens e luxos.
Muito à semelhança do Impostor do Tinder, também Anna permaneceu nos melhores hotéis, comeu em restaurantes galardoados, viajou em jatos privados, e vestiu marcas de luxo. Além disso, conseguiu entrar nos círculos – e casas – mais restritos da elite de Nova Iorque. Tudo por ser supostamente herdeira de uma fortuna de milhões. O maior feito da burlona terá sido ter estado a um pequeno passo de conseguir um empréstimo de 35 milhões de euros para concretizar o seu sonho: a Fundação Anna Delvey, um clube de artes privado que pretendia instalar num edifício emblemático da Big Apple, cuja renda ascendia aos quatro milhões de euros anuais. O dinheiro começou a escassear e as enormes dívidas levaram a que fosse detida. Foi a partir daí que o caso ganhou mediatismo com a publicação do artigo “How Anna Delvey Tricked New York’s Party People”, de Jessica Pressler, na revista New York.
Em maio de 2019, foi condenada a uma pena entre quatro e doze anos de prisão por fraude em hotéis, restaurantes, bancos e por ter ‘roubado’ um jato privado e obrigada a pagar uma indemnização de 150 mil euros. Durante o julgamento – tal como é possível ver na série documental –, Anna atrasou-se várias vezes para as audiências por exigir ter uma estilista e determinados tipos de outfits. Além disso, aproveitava também para desenhar esboços insultuosos do procurador do Ministério Público. Ficou detida no estabelecimento prisional de Rikers Island, em Nova Iorque, no período que antecedeu o julgamento. Após a sentença, foi enviada para a Albion Correctional Facility, também na mesma cidade.
Saída em liberdade e regresso à prisão
Em outubro de 2020, durante uma audiência de condicional, pediu desculpas e garantiu estar arrependida dos seus atos. “Só quero dizer que estou muito envergonhada e peço desculpa pelo que fiz”, disse, de acordo com uma transcrição citada pelo New York Post. “Percebo perfeitamente que muitas pessoas tenham sofrido quando eu pensei que não estava a fazer nada de errado.” A verdade é que, poucos meses antes, não mostrava qualquer lamento com o que havia feito. “Estaria a mentir se dissesse que estava arrependida por alguma coisa”, disse em entrevista ao new York Post. Confrontada com estas declarações, Anna justificou-se dizendo que o jornalista tinha “deturpado completamente” as suas palavras. Em fevereiro de 2021, saiu em liberdade condicional por bom comportamento após cumprir quase quatro anos na prisão. Ainda assim, há poucos dias voltou a ser detida por questão relacionadas com o visto.
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