Autarca do Equador baleado com cinco tiros morre no hospital

Eber Ponce, presidente da câmara de Arenillas, um município no sul do Equador muito próximo da fronteira com o Peru, morreu depois de ter sido atingido por cinco tiros num ataque por alegados sicários

Autarca do Equador baleado com cinco tiros morre no hospital

O ataque ocorreu no sábado, quando Ponce viajava num veículo, horas depois de ter participado numa atividade de ciclismo na cidade, que pertence à província de El Oro, na costa sul do Equador.

O governador da província de El Oro, onde se situa Arenillas, confirmou a morte de Ponce e exigiu “justiça e ação imediata para travar esta onda de violência”.

“Não podemos permitir que o medo e a insegurança continuem a roubar-nos vidas valiosas. El Oro merece paz e segurança”, disse Clemente Bravo, que participou na prova de ciclismo.

O chefe da polícia local, Christian Vivanco, disse que Ponce estava num carro municipal com um rapaz de 6 anos, que também ficou ferido, e com a mãe do rapaz, quando um homem numa motorizada disparou contra o veículo.

O autarca foi baleado cinco vezes, enquanto o menor foi atingido por um tiro. Ambos foram transferidos para um hospital público em Machala, capital de El Oro, disse Vivanco.

Dos cinco tiros, um deles atingiu o pulmão direito de Ponce, obrigando a uma cirurgia de emergência, disse a diretora de Saúde de Arenillas. Durante a cirurgia, Ponce sofreu uma paragem cardíaca e acabou por morrer, lamentou Juanita Arce.

O atentado ocorreu em plena campanha para as eleições gerais de 09 de fevereiro e horas depois da candidata presidencial socialista Luisa González estar em Machala, cidade que o Presidente e recandidato Daniel Noboa também planeia visitar.

Vicanco disse não saber se Ponce tinha sido ameaçado, mas acrescentou que agentes dos serviços de informação já estão em Arenillas para recolher informações que possam levar à detenção dos responsáveis pelo ataque.

O presidente da Associação de Municípios do Equador, Patricio Maldonado, rejeitou o incidente, na rede social X, e exigiu “justiça, segurança e paz” ao governo de Noboa.

“Não é justo que trabalhar para as nossas cidades se torne um risco para as nossas vidas e as das nossas famílias. Isso magoa-nos e enche-nos de indignação”, disse Maldonado.

No início de 2024, Noboa declarou o estado de emergência e um “conflito armado interno” contra o crime organizado, responsável por um aumento da violência, que fez do Equador o país com a taxa de homicídios mais elevada da América Latina, com 47,2 por 100 mil habitantes em 2023.

A onda de homicídios também já tirou a vida de outros três presidentes de câmara, bem como de diretores de prisões, e Fernando Villavicencio, um antigo jornalista que se manifestou contra a corrupção e que era candidato às presidenciais de 2023.

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By Impala News / Lusa

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