Benemérito cede habitação a casal que dormia em paragem
Um casal que dormia numa paragem de autocarro com os animais de estimação, um cão e um gato que não querem abandonar, na freguesia de Arcozelo, Barcelos, tem, desde ontem, uma casa graças a um benemérito que não se quer identificar.
Um casal que dormia numa paragem de autocarro com os animais de estimação, um cão e um gato que não querem abandonar, na freguesia de Arcozelo, Barcelos, tem, desde ontem, uma casa graças a um benemérito que não se quer identificar.
Paulino Vale e Felisbela Machado receberam com alegria a notícia pela qual ansiavam: foram contactados pelo benemérito que lhes cedeu, gratuitamente, até ao final do ano, uma habitação para os quatro.
O homem, de 45 anos, e a mulher, de 50, juntamente com os animais de estimação, foram despejados de uma loja comercial, local onde viviam há quase dois anos, sem luz nem água.
Desempregado, Paulino Vale explica que não tem condições para “pagar rendas de 400 ou 500 euros“, uma vez que sobrevivem com a pensão de invalidez da mulher, cerca de 700 euros.
Por ordem judicial, o casal tinha de deixar a loja no passado dia 28 de fevereiro. Ainda assim, o senhorio concedeu-lhes mais 15 dias, mas a situação manteve-se, tendo o despejo avançado. “Cedi-lhes uma garagem na minha casa para colocarem as coisas deles”, afirma Manuel Brito.
Paulino diz que pagava renda mas dono da loja nega
O dono da loja recorda que o caso já se arrasta há quase dois anos. Por “consideração à mãe de Felisbela”, cedeu o estabelecimento “para pernoitarem por algum tempo” e tinham apenas de pagar “luz e água”. Contudo, “só o fizeram durante quatro meses”, e o senhorio acabou por mandar cortar o fornecimento.
Paulino Vale diz que sempre pagaram uma renda de 220 euros, mas não tem qualquer prova de o ter feito, já que nunca assinou contrato nem havia qualquer recibo.
O caso já havia sido sinalizado pela Segurança Social, tendo sido proposto ao casal ir para um “centro de acolhimento, mas recusou aquela solução”. Em reunião, Paulino Vale e Felisbela Machado comprometeram-se “a encontrar uma alternativa habitacional”.
Ainda assim, a Segurança Social diz que “vai continuar a acompanhar” o caso, de forma a promover a “estabilidade emocional e familiar, com o objetivo da promoção da sua qualidade de vida”.
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