João Rendeiro entra com queda aparatosa na sala de audiências
João Rendeiro entrou na sala B do segundo andar do Tribunal de Verulam, Durban, com uma queda aparatosa, ao tropeçar na passagem para o banco dos réus.
Um dos membros da equipa de defesa de João Rendeiro pegou-lhe por um braço e levantou-o do chão para uma audiência de cerca de 15 minutos que começou às 11h40 (09h40 em Lisboa). Trocaram algumas palavras, breves, e, quando todos se levantaram ao ser anunciada a entrada do juiz, o ex-banqueiro ainda verificava no braço se tinha mazelas da queda. Rendeiro entrou de camisa polo cor-de-rosa de manga curta e com uma pequena mochila que manteve sempre ao lado no banco dos réus. Em inglês, disse, ao ser questionado pelo juiz, que entendia as acusações que o procurador expunha e mais não referiu. Não voltou a falar, nem no banco dos réus, nem à saída, quando questionado por um jornalista sobre se estava “arrependido”.
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Sempre com máscara facial, como todos ali presentes por causa da covid-19, saiu da sala à qual voltará amanhã, terça-feira, regressando à esquadra de North Durban, a 18 quilómetros do tribunal, e onde “partilha cela com outras duas pessoas”, disse fonte próxima do ex-banqueiro. As declarações do procurador, juiz e defesa dificilmente se conseguiam ouvir nos bancos reservados para o público, onde se iam acumulando jornalistas portugueses – aos quais o juiz chegou a pedir calma “por estarem a perturbar” a audiência. O alarme social em Portugal estava ali refletido e a ele fez referência o Ministério Público para defender a prisão de Rendeiro.
Extradição de João Rendeiro em discussão
A defesa tem outros planos e apresentou um requerimento para pedir a libertação do ex-banqueiro sob fiança. O juiz respondeu com o adiamento da sessão até às 11h00 deste terça-feira, na mesma sala B, para cada parte se preparar e expor os argumentos. João Rendeiro saiu conduzindo por dois guardas do tribunal poucos minutos antes de o juiz dar a audiência por encerrada. À saída, a defesa de Rendeiro escusou-se a prestar declarações. A porta-voz do Ministério Público sul-africano, contudo, disse claramente que vão opor-se ao pedido da defesa, devido ao historial do ex-banqueiro.
“O procurador opõe-se, obviamente, por causa da condenação em Portugal”, referiu Natasha Ramkisson, porta-voz da National Prosecuting Authority (NPA), o Ministério Público sul-africano. Este pedido de fiança é um processo em si, que se inicia amanhã e sobre o qual o juiz vai ouvir argumentos para depois decidir, o que a porta-voz espera que aconteça ainda nesta semana. A extradição será outro assunto, a seguir, esclareceu. Mas isso não impede que vá sendo processado entre os dois países, concluiu.
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