Cão-polícia morde mulher desarmada durante 62 segundos [vídeo]
Um tribunal no Texas não considerou “despropositado” que a polícia local tenha usado um cão-polícia para morder durante mais de um minuto uma mulher desarmada, sabendo que esta tinha problemas de saúde mental.
Em 2018, as autoridades responderam a uma chamada do namorado de Olivia Sligh, de 29 anos, que pediu ajuda e contou que a mulher estava a pensar suicidar-se e já se tinha mutilado. De acordo com a NBC News, esta mudança de humor terá fico a dever-se à alteração de medicação para a doença bipolar, que a deixou “mais deprimida” e “mais chateada”.
O namorado, Johnathon Stapleton, contou no processo citado pela televisão norte-americana que Olivia fugiu para uma área de floresta quando este a tentava levar ao hospital. A vítima conta que estava a sentir-se numa “espiral negativa” e a entrar numa crise de saúde mental. A partir deste ponto, as imagens capturadas através de uma bodycam no equipamento do agente Tyson Sutton ajudam a perceber a história. Antes de abordarem Sligh, ouve-se um dos agentes a afirmar que Stapleton, o namorado, contou às autoridades a mulher tinha estado a ingerir álcool.
Na intervenção policial, é pedido a Sligh para não se aproximar, ouvindo como resposta que a o que a “estão a caçar, em vez de ajudar”. Os polícias tentam algemá-la, que responde que não fez nada que justifique tal ação. Depois, Tyson Sutton aponta uma lanterna diretamente para Sligh, esta acaba por se tentar libertar do segundo agente e é nessa altura que o cão-polícia é largado para entrar em ação. São ouvidos vários gritos e é pedido aos agentes que chamem o animal. Estes não o conseguiram fazer, e o cão só largou Olivia Sligh passados 62 segundos. Acabou por ser detida e levada para a esquadra.
Juiz responsabiliza Olivia Sligh pelo ataque animal
Em entrevista à NBC News, Olivia Sligh diz que os polícias deviam tê-la tratado “como uma pessoa com doença mental e não como se tivesse disparado sobre alguém”. Sligh processou as forças de autoridade de Conroe, uma vila a norte de Houston, no estado do Texas. A acusação foi arquivada esta semana. O advogado apresentou recurso no passado dia 11 de agosto. Nesta quarta-feira, o tribunal do Texas defendeu os agentes de autoridade, considerando que o uso de força não foi excessivo. Mais, o juiz Charles Eskridge considerou que Sligh “agrediu” Alexis Montes, o outro agente presente no local que a tentou prender, ao resistir às algemas.
“O uso do canino nestas circunstâncias não pode ser considerado irracional. Nem pode ser dito que a consequente falta de condições para remover instantaneamente o canino pode levar a que o seu uso seja despropositado”, afirmou o magistrado. Na sua decisão, Eskridge vai mais longe e afirma que as lesões e o prolongado tempo que o cão mordeu a mulher desarmada só se deram porque “Sligh recusou-se a acatar as ordens e resistiu fisicamente à detenção”. Este caso é noticiado como mais um exemplo da impreparação das autoridades norte-americanas para responder a casos de saúde mental, utilizando a força e a violência como primeira e única resposta.
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