Um casal canadiano projetou e construiu uma casa nova e nada lhe falta. É distinta, elegante, bonita e o espaço está perfeitamente bem distribuído. Para o casal, o mais importante era iniciar uma nova etapa sem dívidas. Não queriam passar o restos da vida a pagar arrendamento mensal ou uma hipoteca, mas, antes, manter a calma enquanto desfrutavam do lar.

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Superaram muitas adversidades e tornaram-se num exemplo de admiração e de amor incondicional. Dave passou por uma doença cerebral quando planeavam concretizar o sonho de construir a casa própria, em 2016, mas nada os impediu. O projeto habitacional deu a Dave a força necessária para seguir em frente e o esforço que colocaram na construção foi terapêutico.

Oito meses depois de diagnosticado com uma hemorragia cerebral debilitante, terminaram a casa. Já se passaram cinco anos desde que se mudaram para a casa nova e adoram-na. Dizem-se “muito satisfeitos” com o resultado.

Casa nova do casal com 124 metros quadrados de área útil

O casal garante que durante o processo aprendeu a valorizar “o que realmente importa”. “Tomámos uma decisão consciente para viver a melhor vida possível, diz Jaimie. Ela e marido, Dave, começaram a falar sobre o futuro no início de 2010. Trabalhavam de mais, tinham pouco tempo extra para estarem juntos ou divertirem-se e não conseguiam economizar um cêntimo.

Pensaram por isso que a melhor forma de sair daquela rotina e reduzir os custos era trocarem de casa. Em 2014, venderam a casa em que habitavam, em Vancouver, no Canadá. Com o dinheiro recebido, começaram a construir a casa com que sempre  sonharam. Compraram um terreno em Kalama, Washington, por 65 mil euros. Obtiveram a licença necessária de habitação e dessa forma poderem ligar-se à rede de saneamento e eletricidade públicos.

Em junho de 2015, estavam preparados para começarem a construir a casa nova, com dois contentores marítimos. Embora Jaimie e Dave soubessem que a construção seria um processo difícil, nunca imaginaram que receberiam a notícia devastadora de que Dave estava gravemente doente. Na altura, já tinham os dois contentores instalados no terreno adquirido e passavam tardes e fins de semana a trabalharem no local.

Tiveram de parar tudo em agosto de 2015, quando Dave sofreu uma grave hemorragia cerebral. Dave foi levado de avião para o hospital e passou cinco dias nos cuidados intensivos. “Eu estava no hospital e mal conseguia falar.” A mulher recorda que Dave não parava de dizer ‘não posso morrer’. ‘Temos uma casa para construir’.” Quando finalmente Dave teve alta hospitalar, retomaram o projeto.

A casa restaurou a saúde de Dave

Um terapeuta ajudou Dave a recuperar-se. Elaborou planos de terapia em ambientes de construção de novas casas e, no início, Dave mal conseguia usar o lado direito do corpo. Embora tenha demorado muito mais tempo e o esforço tenha sido muitíssimo maior, Dave conseguiu recuperar a destreza e prosseguir os trabalhos

Em abril de 2016, a casa foi finalmente concluída. E Dave recuperou aproximadamente 85% da sensibilidade do lado direito do corpo. A casa, com dois contentores de carga empilhados, tem no primeiro andar sala, cozinha, casa de banho e arrecadação. Uma escada em caracol dá acesso ao segundo andar, onde fica o quarto principal. Além disso, no segundo andar há uma grande varanda.

Quanto custa esta casa?

O preço total da casa projetada e construída pelo casal foi de apenas 70 mil euros, muito menos do que uma casa em betão com as mesmas dimensões. O uso dos contentores causou problemas imprevistos relacionados com impermeabilização, isolamento e corte. Tiveram de assumir um custo maior do que haviam estimado. Facto que dificultou o processo, mas nunca o inviabilizou. “Não tínhamos mais nada. Não tínhamos dinheiro. Não tínhamos força emocional nem mental”, recorda Jaimie.

Os inesperados obstáculos ficaram no entanto para trás. Sonham em continuar a melhorar a casa e querem participar noutros projetos. Em julho do ano passado, Dave construiu a ponte com materiais recuperados. Fica 3 metros acima do solo e levou um mês para ser concluída. A ponte de 15 metros de comprimento liga a varanda da pequena casa a um terraço privativo, com vista para o vale em que o casal vive.

Jaimie acha que a saúde de Dave se deve aos projetos pelos quais estão tão entusiasmados. “Sei que a saúde dele vem do fato de ele estar sempre ativo, a trabalhar em algo emocionante. Tem sempre alguma coisa que fazer “, diz a mulher. Apesar de terem tido contratempos, como buracos na estrada onde vivem e infestações de formigas, Jaimie consegue manter-se sempre de bom-humor e principalmente “muito otimista”.

“Encontremos alegria nas pequenas coisas. A vida não é perfeita, mas podemos escolher sempre o caminho para a felicidade. A história do casal está a inspirar outras famílias a seguirem-lhe os passos. Trata-se de uma alternativa para viver sem dívidas e aprender a valorizar a simplicidade. “Sentimo-nos realmente abençoados. É mais do que imaginávamos”, congratula-se Jaimie.

Cada espaço da casa é preenchido com o amor de um casal que trabalhou muito e não desistiu até realizar o sonho. Muitos querem seguir os passos deste casal para viverem com mais tranquilidade e liberdade.

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