Casal romeno julgado por traficar e explorar trabalhadores

Um casal de nacionalidade romena foi acusado pelo Ministério Público de Évora de 13 crimes de tráfico de pessoas e nove crimes de auxílio à emigração ilegal.

Casal romeno julgado por traficar e explorar trabalhadores

Um casal de nacionalidade romena foi acusado pelo Ministério Público de Évora de 13 crimes de tráfico de pessoas e nove crimes de auxílio à emigração ilegal que lesaram cidadãos estrangeiros trazidos para trabalhos agrícolas, sendo maltratados e explorados. A Angy San, Lda., empresa controlada pelos arguidos, está também acusada dos mesmos crimes. Petrica Usurelu, 43 anos, e Ionela Usurelu, de 37, estão acusados de recrutar e explorar em Portugal cidadãos de países do Leste da Europa, que encaminhavam para trabalhos agrícolas nos distritos de Beja e Évora. Para os manterem controlados, o casal ficava-lhes com os passaportes e obrigava-os a viver em condições degradantes, ficando-lhes com o dinheiro dos salários.

Viviam mais de 12 trabalhadores por casa

O processo, titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), foi investigado por inspetores da diretoria do sul da Polícia Judiciária (PJ) e teve início numa queixa apresentada na GNR de Odemira, em 11 de dezembro de 2018, por um cidadão búlgaro contra Petrica. De acordo com o despacho de acusação a que o JN teve acesso, os trabalhadores eram obrigados a laborar durante 13 horas, com curtas pausas e com pouco para comer, sendo alojados em casas de tipo T2 e T3, dormindo em cada uma mais de uma dúzia de pessoas. Na maior parte dos casos, as habitações não tinham luz nem água corrente.

De acordo com o mesmo jornal, a investigação estimou que, em resultado dos crimes, o casal terá obtido, de forma ilícita, proveitos na ordem dos 15 mil euros. O DIAP pede que, em sede de julgamento, o casal e a empresa sejam alvo de declaração de perda do mesmo valor e de bens a favor do Estado e que os trabalhadores explorados sejam ressarcidos economicamente dos prejuízos. O casal vai ser julgado no Tribunal de Beja em setembro, arriscando uma pena de prisão superior a cinco anos.

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