Caso real: Obstetra de bebé sem rosto choca paciente grávida
«Não esqueço a data nem a hora que ouvi as palavras mais cruéis da minha vida.»
As polémicas que envolvem o obstetra Artur Carvalho não param de surgir. Aquele que acompanhou o ‘bebé sem rosto’ tem somado várias vítimas ao longo da sua carreira e o site Crescer entrevistou mais uma.
LEIA DEPOIS
Enfermeira adota gémeos com doença rara abandonados no hospital
Fernanda Semedo estava grávida de quase três meses quando teve uma primeira consulta na Clínica Ecosado, em Setúbal, com o obstetra Artur Carvalho. «Não esqueço a data nem a hora que ouvi as palavras mais cruéis da minha vida. Foi no dia 16 de outubro de 2016 às nove da manhã que entrei no consultório do doutor Artur. Foi o episódio mais marcante da minha vida», começa por relatar ao site Crescer.
«Estava sozinha. A enfermeira pediu para me despir para ser observada. Quando ele entrou, disse “boa tarde”. Nunca me olhou nos olhos. E diz: “Isso está morto dentro de si!” E eu perguntei: “Como assim? Não estou a perceber…” E ele voltou a repetir: “Isso está morto dentro de si! Tem de ir ao Centro de Saúde.” E eu fiquei sem chão. A partir daquele momento não me lembro de mais nada, não assimilei uma única palavra…», recorda Fernanda, que abortou às 11 semanas. «Já tinha feito uma ecografia há uns anos com ele e não tive nada a dizer.»
As duras palavras do polémico médico marcaram a vida da jovem, que teve um aborto retido. Foi obrigada a esperar em casa que o corpo expulsasse o feto. «Carreguei o meu filho morto durante quase uma semana. Foram dias terríveis. Hoje em dia querem fazer tudo de forma natural, mas a nível psicológico é horrível», diz aquela que esteve fechada em casa durante dois meses. «Foi muito difícil aceitar a situação e ele nem sequer teve o cuidado de escolher as melhores palavras para me informar que eu tinha sofrido um aborto.»
«Graças a Deus que o meu bebé estava morto»
A frase é forte, mas as palavras agora não custam a sair. «Graças a Deus que o meu bebé estava morto… Foi a primeira reação que tive ao ver o caso do Rodrigo na televisão. Em conversa com o meu marido, disse esta frase em plena consciência do que estava a dizer. Infelizmente, há quem não me compreenda, mas nem sei se aquele bebé iria nascer normal, já que o historial deste médico é tão negro», afirma Fernanda que hoje é mãe de uma menina, de dois anos.
Depois do sucedido, a jovem decidiu ser acompanhada num hospital privado e nunca se arrependeu da sua decisão. «Pouco depois do aborto que sofri, tentei engravidar novamente, mas fui seguida no privado para não ter o azar de me cruzar com o doutor Artur. O meu médico é espetacular, foi um amigo e até psicólogo! Ajudou-me bastante». Leia mais aqui.
LEIA MAIS
Previsão do tempo para esta quinta-feira, 19 de dezembro
Siga a Impala no Instagram