Cego impedido de embarcar com cão-guia na Ryanair
Cego foi impedido de embarcar no voo da Ryanair com destino a Londres por estar acompanhado do seu cão-guia. O caso ocorreu no aeroporto de Lisboa.
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Samuel Natário de 32 anos é cego e foi impedido de embarcar no voo da Ryanair de Lisboa para Londres por estar acompanhado do seu cão-guia. Segundo a lei europeia, os cidadãos portadores de deficiência visual podem viajar com o seu cão desde que o animal esteja devidamente treinado, documentado e identificado. Samuel cumpriu com todas estas condições e mesmo assim ficou em terra.
«No passado dia 17 de Outubro, tinha viagem marcada para Londres e, aquando o embarque no voo FR1885, às 6 horas, foi-me recusado entrada no avião pelo facto de estar acompanhado pelo meu cão-guia.» Natário, citado pelo Jornal de Notícias, começou por explicar o início da situação.
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O homem afirma não ser a primeira vez que viaja de avião com o cão-guia e que por isso conhece todos os procedimentos necessários para o fazer. Providenciou «toda a documentação necessária para o registo do animal» quando fez a reserva no voo, tal como pede a Ryanair.
«O cão já viajou comigo para a Holanda e para Praga e nem a KLM nem a Czech Airlines colocaram problemas, porque conhecem a lei», referiu.
Ryanair já reagiu
A Ryanair reagiu rapidamente ao sucedido. A companhia aérea já pediu explicações à empresa de handling do aeroporto de Lisboa para que «se assegurem de que tal não voltará a ocorrer». No mesmo dia, a viagem de Samuel foi remarcada, mas com partida em Faro ao início da tarde. Não foram fornecidos transportes alternativos ou justificações pela situação. No segundo voo, o cão-guia foi também impedido de viajar. «O Yolo ficou com os meus pais, não o deixaram ir», lamentou Natário, que já apresentou uma queixa na companhia aérea e na Autoridade Nacional de Aviação Civil.
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Na Ryanair, qualquer invisual pode viajar para o estrangeiro na companhia de um cão-guia. Mediante certos requisitos, a companhia aérea informa na própria página que apenas os destinos Marrocos e Israel impedem o embarque de invisuais. Para o Reino Unido ou Irlanda, o animal tem de ter um passaporte ou um certificado de saúde de um veterinário. Além disso, precisa de estar filiado na Federação Internacional de Cães-Guia, Cães de Assistência do Reino Unido ou Cães de Assistência Internacional. Yolo, o cão-guia de Samuel, obedecia a todos esses requisitos.
Samuel perdeu a visão em 2012
Samuel Natário tem 32 anos e perdeu a visão em 2012 por causa de um quisto alojado no cérebro. Desde então, Samuel é auxiliado pelo seu cão-guia, Yolo, um labrador treinado nos Estados Unidos.
Sempre que viaja, Samuel preenche uma série de documentos que avisam as companhias aéreas da sua condição e da necessidade de levar Yolo consigo dentro do avião. Até então, o jovem nunca tinha tido nenhum problema com as companhias aéreas. Excepto em outubro, no aeroporto de Lisboa. Os funcionários da Ryanair não estavam informados do embarque do cão-guia e impediram Samuel de viajar.
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Texto: Redação WIN - Conteúdos Digitais
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