Cego volta a ver graças a injeção intraocular
Ensaio clínico realizado na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, provou que é possível devolver a visão para pacientes cegos ou com graves problemas visuais que padeçam de uma condição genética rara.
Um ensaio clínico realizado na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, provou que é possível devolver a visão para pacientes cegos ou com graves problemas visuais que padeçam de uma condição genética rara.
Este inovador método é muito pouco invasivo já que não recorre a cirurgias ou a transplantes. Num dos casos, foi necessária apenas uma injeção para que um dos pacientes voltasse a recuperar a visão.
O tratamento experimental foi testado em pacientes diagnosticados com amaurose congénita de Leber (LCA) e que sofrem de deficiência visual grave, geralmente com início na infância.
Os resultados foram detalhados num artigo publicado na revista científica Nature e mostram que o tratamento levou a mudanças na fóvea, o ponto mais importante da visão central humana.
“Os resultados definem um novo padrão de quais as melhorias biológicas que são possíveis com a tratamento de oligonucleotídeo antisense em LCA causada por mutações CEP290″, explica Artur Cideciyan, professor de oftalmologia e coautor do estudo.
Um mês depois da injeção as melhorias eram significativas
Os pacientes foram submetidos a injeções intraoculares de sepofarsen. Trata-se de uma curta molécula de RNA (ácido ribonucleico) que aumenta os níveis da proteína CEP290 nos fotorreceptores do olho. Assim, dá-se uma melhoria na função da retina em condições de visão diurna.
Ainda em 2019, o mesmo grupo de investigadores já tinha relatado avanços no estudo. Na altura, descobriram que injeções a cada três meses resultavam em ganhos contínuos de visão em 10 pacientes.
O 11.º paciente, que recebeu apenas uma dose, antes do tratamento, apresentava redução da acuidade visual, pequenos campos visuais e ausência de visão noturna.
Após a injeção, os investigadores notaram que houve uma grande melhoria na visão, somente um mês após o tratamento. No segundo mês, o paciente obteve os melhores resultados de acuidade visual. Ao longo de 15 meses, os resultados da injeção ainda continuavam a ser notórios.
Os próximos passos consistem em desenvolver terapias específicas para genes com outros distúrbios hereditários que afetam a retina e que atualmente são incuráveis.
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