Centros de Emprego vão ter gestores de carreira para os sem-abrigo
Os centros de empregos vão ter um interlocutor para acompanhar as pessoas inscritas e sinalizadas como sem-abrigo e “gestores de carreira” para os casos “mais complexos”.
Os centros de empregos vão ter um interlocutor para acompanhar as pessoas inscritas e sinalizadas como sem-abrigo e “gestores de carreira” para os casos “mais complexos”, anunciou hoje o secretário de Estado do Emprego.
“Cada centro de emprego terá um interlocutor” para a Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo que acompanhará a situação das “pessoas que estejam inscritas e sinalizadas como sem-abrigo”, disse Miguel Cabrita no primeiro Encontro Nacional dos Núcleos de Planeamento e Intervenção de Sem-Abrigo (NPISA), promovido pelo Instituto da Segurança Social.
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Miguel Cabrita explicou que será feito com o sem-abrigo um trabalho “de construção de um plano pessoal de caminho e intervenção no sentido de acompanhar as pessoas” para as suas necessidades.
Os centros de emprego também vão ter “muito em breve” gestores de carreira “dedicados a alguns casos específicos, mais complexos do ponto de vista social”, avançou.
O governante adiantou que o gestor de carreira para a pessoa sem-abrigo é “um elemento importante”, porque garantirá que “cada um destes beneficiários tenha alguém a quem se pode dirigir”, acompanhando “o caso muito em concreto”.
Os Centros Qualifica, destinados à formação de adultos, também vão ter técnicos que “vão servir de pivots” para os “públicos mais difíceis”.
IEFP tem verificado taxas de desistência elevadas
Miguel Cabrita recordou que, há cerca um ano, foi lançado um modelo de acompanhamento personalizado que “procurou juntar as dimensões do controlo, no que diz respeito aos subsídios e outros aspetos, com uma dimensão de acompanhamento, de empoderamento e de orientação das pessoas para a procura de emprego ou formação mais adequada ao seu perfil”.
“Se este modelo faz sentido para a população desempregada em geral e para os públicos mais desfavorecidos, mais sentido fará para as pessoas sem-abrigo”, defendeu.
Para o governante, não basta encontrar apenas uma resposta para as pessoas: “é preciso também garantir que são oportunidades que proporcionamos e que não se transformem em mais uma experiência malsucedida que pode servir de alguma forma de desincentivo às pessoas para prosseguirem o seu projeto de intervenção”.
Miguel Cabrita adiantou que o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem verificado taxas de desistência relativamente elevadas em algumas das respostas que são proporcionadas a esta população devido às “circunstâncias em que as pessoas se encontram”.
Centros de emprego e formação profissional com mais de 200 pessoas inscritas
“Ainda assim temos alguns indicadores que permitem perceber quais são as respostas tendencialmente mais adequadas para as pessoas, disse, apontando os cursos de formação de mais curta duração e os contratos empregos-inserção, “respostas muito direcionadas para a dimensão social”.
Apesar das dificuldades, Miguel Cabrita disse que, nos últimos dois anos, “foi possível dar um salto quantitativo e qualitativo” em termos de sucesso nas respostas de integração.
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“Se em 2015 a taxa de êxito das respostas de integração era de cerca de 2% neste momento já estão acima dos 10%”, salientou, precisando que, em 2015, estavam inscritas 140 pessoas nos centros de emprego e formação profissional e atualmente ultrapassam as 200.
O encontro que está a decorrer em Lisboa tem por objetivo apresentar a Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo e promover a sua efetiva implementação no país a partir dos contributos de todas as entidades envolvidas na integração das pessoas em situação de sem-abrigo.
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