Cientistas criam ‘cimento vivo’ capaz de limpar o ar e auto-reproduzir

Cientistas nos Estados Unidos criaram um ‘cimento vivo’ juntando areia e bactérias num material de construção capaz de se auto-reproduzir, de absorver dióxido de carbono e manter a resistência.

Cientistas criam 'cimento vivo' capaz de limpar o ar e auto-reproduzir

Cientistas nos Estados Unidos criaram um ‘cimento vivo’ juntando areia e bactérias num material de construção capaz de se auto-reproduzir, de absorver dióxido de carbono e manter a resistência.

LEIA DEPOIS
Meteorologia: O tempo para esta quinta-feira, 16 de janeiro

“Já usámos materiais biológicos nos edifícios, como a madeira, mas esses materiais não estão vivos”, afirmou o investigador Will Srubar, da Universidade do Colorado, um dos autores do estudo, que a revista Matter publica hoje, em que se prevê que o material permitirá ter edifícios que reparam as suas próprias fissuras, absorvem toxinas do ar ou até podem brilhar no escuro.

A equipa de Srubar usou cianobactérias ‘Synechococcus‘, micróbios verdes que absorvem dióxido de carbono para crescerem e produzir carbonato de cálcio, o principal ingrediente do calcário e do cimento. Colónias das bactérias são injetadas numa solução de areia e gelatina e o carbonato de cálcio acaba por solidificar a gelatina, que em conjunto com a areia forma um tijolo.

Se cortarem um tijolo ao meio, conseguem que cada uma das metades cresça até existir um novo tijolo.

O uso generalizado deste material poderia ainda reduzir as emissões de dióxido de carbono produzidas no fabrico de cimento – seis por cento das emissões globais.

A utilização deste novo material ainda está muito condicionada, uma vez que é precisa humidade para as bactérias sobreviverem, o que não se verifica nas zonas mais áridas do planeta.

No futuro, Srubar projeta que os cientistas poderão tornar os micróbios mais resistentes à falta de água e que os ingredientes poderão ser vendidos desidratados, bastando juntar água para começar a fabricar “casas microbianas”.

“A Natureza arranja maneira de fazer muitas coisas de forma inteligente e eficaz, só precisamos de prestar mais atenção”, afirmou, acrescentando que “em ambientes austeros, estes materiais teriam um desempenho especialmente bom porque usam luz do sol para crescer e precisam de muito pouco material exterior. “Vai acontecer de uma maneira ou de outra. Não vamos levar camiões com sacos de cimento para Marte”, apontou.

Texto: Joana Ferreira com Lusa

LEIA MAIS
Cancro da bexiga | Composto químico na água da torneira associado a doença

 

Impala Instagram


RELACIONADOS