Clubes de futebol vão passar a pagar presença da PSP nos jogos
Medida entra em vigor a partir desta quinta-feira, 3 de outubro.
Os serviços prestados pelo corpo de intervenção da Polícia de Segurança Pública aos clubes de futebol vão passar a ser pagos, a partir desta quinta-feira, 3 de outubro.
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Até agora, os elementos da Unidade Especial de Polícia eram os únicos efetivos da PSP que não eram remunerados pelos serviços prestados a entidades particulares, que organizavam eventos privados. A situação, que já se verificava há mais de oito anos, chega ao fim com a Direção Nacional a criar um despacho a ceder às pretensões destes elementos das forças de segurança.
Jogos de alto risco reúnem mais de 200 profissionais
A medida irá afetar maioritariamente os clubes de futebol, principalmente os que organizam jogos de alto risco e para o qual é essencial a presença do corpo de intervenção.
«Até anteontem o pessoal que fazia parte da Unidade Especial de Polícia não recebia serviços remunerados, isto é, era o único serviço que ia para os jogos sem ser remunerado por isso. E chegamos a ir mais de 200 profissionais desta unidade. É uma luta que temos tido há mais de oito anos. Consideramos que sempre que a polícia fazia serviço em entidades particulares, nomeadamente estádios de futebol, associações e organizações de cariz privado e com o objetivo de lucro, todos os polícias, independentemente do serviço que fosse, deveriam ser pagos por isso», salienta Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.
E acrescenta: «Finalmente a Direção Nacional acabou por compreender que a única forma de poder desviar elementos do serviço público para fazer serviço particular era fazendo as entidades privadas começar a pagar por ele».
Valor por polícia é entre 40 e 54 euros
O valor em causa é entre 40 e 54 euros, por polícia, por cada quatro horas de trabalho. O número de efetivos do Corpo de Intervenção para um jogo de alto risco pode chegar aos 250.
«É esse aumento que os clubes vão ter. Antigamente estavam 200 profissionais em serviço por causa do jogo de futebol e o clube só pagava 50% desses polícias e agora vai ter de pagar não só esses polícias que já estavam remunerados, mas também aqueles que fazem parte da Unidade Especial de Polícia«, avança o presidente da ASPP, referindo não haver «justificação para isto ter acontecido».
«Por isso vamos pedir responsabilidades à Direção Nacional, porque esta decisão é única e exclusiva dela. Esta situação não tem nada a ver com o Ministério da Administração Interna. Durante oito anos a Unidade Especial de Polícia andou a fazer, de borla e no dia de folga dos agentes, serviços particulares gratuitos não só no futebol, mas também associações e organizações particulares. A penalização ficava sempre a cargo do profissional, pois tinha de despender do seu tempo para trabalhar em dia de folga. Um tempo em que podia estar a descansar estava a trabalhar e sem receber por isso», explica, referindo que há mais de oito anos que dizem à Direção Nacional que estão «a fazer um serviço ilegal».
O Jornal de Notícias avança que no que respeita ao Corpo de Intervenção da Guarda Nacional Republicana a situação mantém-se, continuando os elementos a não serem pagos pelo serviço a entidades particulares.
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