Conselho Europeu “não pode ficar bloqueado” por Hungria pensar de forma diferente
O presidente do Conselho Europeu defendeu hoje que a instituição “não pode ficar bloqueada” por a Hungria “pensar de forma diferente” ao ser contra o apoio da União Europeia à Ucrânia, desvalorizando a tomada de posição a 26.
“Como sabem, a Hungria tem uma posição diferente da dos outros 26 países sobre como ajudar a Ucrânia a alcançar a paz. Temos de respeitar as diferenças, mas não podemos ficar bloqueados pelo facto de a Hungria pensar de forma diferente de todos os outros”, disse o presidente da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE, António Costa, falando no final de um Conselho Europeu, em Bruxelas.
E vincou: “Temos de continuar a atuar e é isso que estamos a fazer”.
Os líderes da UE pediram hoje “verdadeira vontade política” à Rússia para um cessar-fogo na Ucrânia e admitiram aumentar a pressão, num apelo que não foi subscrito pela Hungria, que continua contra o apoio a Kiev.
“Há duas semanas [numa cimeira extraordinária], chegámos a conclusões muito claras sobre a Ucrânia, a 26, e hoje usámos o mesmo método e assim vamos gerindo para permanecer unidos, mas aceitando respeitar as diferenças deste país”, adiantou, falando em “27 nações com uma série de histórias diferentes, culturas diferentes, tradições diferentes, visões diferentes do mundo” que, apesar destas diferenças, têm conseguido “ultrapassar as dificuldades”.
Na reunião de alto nível que decorreu hoje em Bruxelas, um texto de conclusões do presidente do Conselho Europeu, António Costa, sobre o apoio da UE à Ucrânia foi subscrito por 26 chefes de Governo e de Estado da UE, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e sem contar com a assinatura do líder húngaro, Viktor Orbán.
Nesse texto, é pedido “à Rússia para que demonstre uma verdadeira vontade política de pôr termo à guerra”.
Tal como aconteceu na cimeira extraordinária de há duas semanas, neste Conselho Europeu a Hungria manteve a sua oposição à ajuda a Kiev por considerar que os direitos das minorias húngaras na Ucrânia não são salvaguardados.
Budapeste voltou a ficar de fora destas conclusões agora aprovadas, nas quais os líderes da UE dizem estar “dispostos a intensificar a pressão sobre a Rússia, nomeadamente através de novas sanções e do reforço da aplicação das medidas existentes” e vincam que “todo o apoio militar, bem como as garantias de segurança para a Ucrânia, serão prestados no pleno respeito da política de segurança e defesa” e dos interesses dos países.
Esta posição do bloco comunitário é assumida quando se falam em conversações de paz, após uma proposta de cessar-fogo norte-americana, e nas quais a UE entende que a Ucrânia deve estar na posição mais forte possível antes, durante e depois das negociações para pôr termo à guerra.
Até hoje, a UE concedeu 138,2 mil milhões de euros à Ucrânia, incluindo 49,3 mil milhões de euros em apoio militar e, em termos de ajuda financeira, o bloco europeu contribuirá com 30,6 mil milhões de euros para Kiev em 2025.
ANE/AFE // RBF
By Impala News / Lusa
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