Uma criança de sete anos morreu de vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos), no hospital de Coimbra, após engolir uma pilha. José dos Santos terá sido logo hospitalizado e operado de urgência após o acidente, que ocorreu por volta do natal. Os médicos procederam à remoção da pilha, mas esta já tinha causado demasiadas lesões internas. O menino acabou por morrer no dia 14 de janeiro.

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José dos Santos é filho de emigrantes portugueses na Suíça e estava a passar a época natalícia com a família na freguesia do Zambujal, em Coimbra. “Os cirurgiões conseguiram remover a pilha mas o meu filho morreu posteriormente de vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos)”, relatou a mãe da criança ao jornal 24heures.

O colégio que José frequentava, em Payerne, no cantão de Vaud, reagiu à tragédia: “O nosso estabelecimento está a lidar com a morte de um aluno. Esta morte ocorreu num ambiente privado”, afirmou o diretor, Xavier Nicod. A escola primária criou, ainda, um espaço de aconselhamento psicológico para alunos, funcionários e professores que “sentirem necessidade”.

Os perigos das pilhas

Em 2014, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Comissão Europeia desenvolveram uma campanha internacional de sensibilização sobre os perigos e os desafios de segurança das pilhas botão. Portugal, enquanto membro da OCDE, participou nesta campanha em conjunto com a Austrália, Coreia, Estados Unidos, Brasil, México, Chile, Canadá , Letónia e França, pode ler-se no site da Direção-Geral do Consumidor.

Nesta sequência, a European Portable Batteries Association (EPBA), associação europeia que representa a indústria das baterias e pilhas portáteis, criou um sítio da internet com informação sobre os riscos relacionados com as pilhas botão: Button Battery Ingestion, disponível em várias línguas, incluindo português. O site contém mensagens dirigidas aos pais e aos profissionais de saúde sobre os cuidados que devem ser observados incluindo procedimentos a adotar em caso de acidente. Como lhe mostramos de seguida.

O que pode acontecer quando uma criança engole uma pilha botão?

O tamanho muito reduzido das pilhas botão aumenta o risco de ingestão acidental pelas crianças, alerta o site. Na maioria dos casos, a pilha botão passa pelo corpo naturalmente, sem causar danos. No entanto, é possível que a pilha botão, quando ingerida, fique presa no tubo de alimentação. Isso pode ser muito perigoso e pode levar, na pior das hipóteses, à morte da criança.

As pilhas moeda de lítio têm um diâmetro maior (16-25 mm) e uma carga elétrica muito superior (3 volts), o que aumenta consideravelmente o risco dessas pilhas, quando engolidas, ficarem presas no esófago de uma criança.

E depois da criança engolir uma pilha, o que acontece?

Além de serem engolidas, as pilhas botão também podem ser inseridas nos orifícios do corpo, como orelhas e o nariz, danificando tecidos delicados e causando ferimentos graves, se não forem detectados e tratados a tempo. Se uma pilha moeda de lítio ficar presa, há grande probabilidade que uma corrente elétrica seja gerada entre a pilha e os fluidos do tecido no tubo de alimentação. Isso pode levar a queimaduras internas graves, que podem resultar em problemas de saúde crónicos e mesmo levar à morte, a menos que haja intervenção médica rápida.

Tais situações requerem atenção médica urgente para remover imediatamente a pilha.

O vídeo exemplificativo do que acontece após ingestão de uma pilha

@melissabertuglia Prevention starts with you. And yes, I cried making this video #buttonbattery #reeseslaw #remembernugget #energizerbunny #Rayovac #prevention #toddlersoftiktok #babiesoftiktok #fy #fyp ♬ I Don’t Wanna Go To Heaven – Nate Smith

Foto: Michał Parzuchowski na Unsplash

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