Jovem espancada e mantida em cativeiro pelo namorado: «Ele bebia o sangue das minhas feridas»
Deisiane Souza Cerqueira, de 18 anos, foi mantida em cativeiro durante seis meses pelo namorado e foi vítima de várias agressões.
Deisiane Souza Cerqueira, de 18 anos, foi espancada e torturada pelo namorado durante seis meses. A jovem brasileira, que esteve em cativeiro, conseguiu fugir com a ajuda do pai.
A estudante conheceu Marcos Alexandre da Silva, de 35 anos, numa praça em Abrantes, Brasil, num encontro de jovens. O casal começou a namorar e pouco tempo depois a jovem convidou-o para ir viver com ela. Foi então que as agressões começaram. Deisiane ficou com o rosto desfigurado e com cicatrizes no corpo, fruto dos episódios de violência de que foi vítima. O companheiro da jovem é acusado de agredi-la fisicamente, de torturá-la psicologicamente, mantê-la em cativeiro durante seis meses, queimá-la com cigarros e de a ameaçar de morte diariamente.
A jovem acabou por ser libertada com a ajuda do pai que, alarmado com a falta de notícias de Deisiane, decidiu ir procurá-la. O homem afirmou, em declarações ao site Correio, que era sempre o companheiro da filha a atender as chamadas e que inventava sempre desculpas para que este não falasse com a jovem. «Os avós maternos da minha filha moravam no andar superior da casa, mas nunca se aperceberam de nada, porque ela sofria em silêncio. O namorado dizia que, se ela gritasse, a mataria com facadas e mataria também os avós», contou o pai.
Desconfiado, o pai da jovem foi à casa da filha. Quando chegou, gritou pelo nome de Deisiane e a cadela da família, que reconheceu a voz do homem, começou a latir. «Foi quando ouvi o pedido de socorro da minha filha que arrombei a porta com o pé e a encontrei num estado deplorável», afirma o pai de Deisiane, acrescentando ainda que, naquele momento, o namorado da filha não se encontrava em casa.
«Ela estava amarrada à cama, presa por uma corda. Estava muito fraca e cheia de marcas pelo corpo. Foi terrível ver a minha filha naquele estado. Carreguei-a nos braços e tirei-a dali», contou o progenitor à mesma publicação.
A jovem não se recorda do motivo que desencadeou as agressões na relação. «Depois de dois meses de namoro, começou a trancar-me dentro de casa e a espancar-me sem motivo algum. Ele só me deixava comer apenas uma vez por dia», contou ao site Correio.
«Ele apagava os cigarros na minha cabeça, no meu braço e no meu pescoço. Mordia as minhas costas e chegou a dar uma facada na minha perna. Queimava as minhas pernas e braços com uma colher quente», relembra a jovem. Deisiane Souza Cerqueira revela que o namorado costumava usar cola branca para colar as feridas. «Ele batia-me tanto que as paredes da minha casa estão sujas com sangue. Um dia, bateu-me tanto que começou a usar cola comum para fechar as feridas», completou a jovem.
O companheiro da jovem «mudava de humor repentinamente» e começava a espancá-la. Num dos episódios de agressão, bebeu o sangue da namorada.
A jovem fez queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Camaçari. O suspeito encontra-se em fuga e ainda não foi encontrado pelas autoridades.
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