Despe e atira mulher para a rua na noite de núpcias

“Grávida de seis meses, o arguido agrediu-a violentamente com murros e pontapés [com botas de biqueira de aço] nas várias partes do corpo e, mesmo caída no chão, continuou a pontapeá-la com força na zona dos rins, o que a levou a internamento hospitalar durante uma semana”.

Despe e atira mulher para a rua na noite de núpcias

Foi o primeiro episódio de um casamento de 34 anos marcado pela violência. O marido atirou a mulher, totalmente nua, para a rua logo na noite de núpcias, desferindo-lhe ainda um murro no olho. Apesar das agressões, o homem ainda a procurou e forçou a relações sexuais. A vergonha e o medo levaram a mulher a aguentar em silêncio mais de três décadas de abusos físicas e verbais.

Mas, em 2019, pediu o divórcio e fez queixa. O agressor foi condenado a quatro anos de prisão efetiva, que foi agora confirmado pelo Tribunal da Relação de Évora. Os tribunais dão como provado as discussões “quase diárias” com ameaças, pontapés, murros e violações sexuais. Chamava-a de “put*, entre outros impropérios do mesmo género com o intuito de a rebaixar, humilhar e diminuir”.

Ameaçou atirar a bebé «pela varanda fora»

O agressor, antigo estivador e reformado por invalidez desde os 39 anos, chegou a bater no pai quando esteve viver com o casal. A mulher, que engravidou no terceiro ano de casamento, “continuou a ser agredida física e verbalmente” e “constantemente forçada a ter relações sexuais contra a sua vontade”. “Grávida de seis meses, o arguido agrediu-a violentamente com murros e pontapés [com botas de biqueira de aço] nas várias partes do corpo e, mesmo caída no chão, continuou a pontapeá-la com força na zona dos rins, o que a levou a internamento hospitalar durante uma semana”, descrevem os juízes.

Após o nascimento da bebé – e quando a criança chorava – dizia à mulher que se não a calasse era “atirada pela varanda fora”. A mulher entrou em depressão, o que lhe valeu mais agressões. Chegou ao ponto de entrar no gabinete do psiquiatra cheia de sangue na cara após o marido lhe ter partido um candeeiro na cabeça. O arguido chegou a afirmar que este profissional era amante da mulher e sempre que ela recusava sexo era “porque já tinha ido à rua ter com o amante”.

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