Detidos 60 homens por agressão sexual e violação coletiva de menina
Colegas da escola, familiares e vizinhos estão entre as dezenas de homens detidos por agressão sexual e violação coletiva de menina adolescente na Índia.
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Uma vítima de 18 anos em Kerala, Índia, denunciou em janeiro à Polícia o abuso sexual que sofreu nos últimos cinco anos. Desde então, um total de 58 homens e adolescentes foram presos e acusados de agressão sexual, violação e violação coletiva de menina. Outros dois homens procurados alegadamente com ligação ao caso fugiram do país, relatam as autoridades.
Os acusados, que têm entre 17 e 47 anos, incluem homens casados e pelo menos cinco alunos colegas e ex-colegas da turma da adolescente. Há também seis menores menores de idade na altura dos crimes, o que “complica ainda mais a investigação”, informa o News Media. Um dos primeiros a ser detido foi um homem identificado pela Imprensa local como Subin, que, alegadamente, iniciou o abuso quando a vítima tinha apenas 13 anos. “Eram amigos de infância e viviam no mesmo bairro, em Kerala.”
Subin, agora com 24 anos, terá agredido sexualmente e gravado imagens e vídeos da vítima, que usou para ameaçá-la e a fornecer favores sexuais a um amigo. De acordo com a Polícia, esse amigo angariou mais dois homens, que exploraram ainda mais a adolescente. Ao longo dos anos seguintes, os dados de contacto e fotografias foram “espalhados entre diferentes círculos de homens e adolescentes”. As autoridades afirmam que a vítima terá sido violada coletivamente “três vezes nos últimos cinco anos”.
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Rajeev, presidente do Comité de Bem-Estar Infantil em Pathanamthitta, foi citado pelos Media locais ao explicar que se acredita que “a notícia pode ter-se espalhado de um homem para outro, formando-se círculo de amigos e colegas”. “Muitos dos acusados são vizinhos ou trabalham na vizinhança, embora haja outros, vindos de fora do círculo. Estamos chocados.”
Os alegados abusadores terão usado o número de telefone do pai da vítima para contactá-la. Foram esses contactos que a vítima usou para entregá-los à Polícia – que agora está a rastrear os números de telefone entregues. O homens agora detidos, e os que ainda são procurados, “forçaram a vítima a encontrá-los em diferentes locais, incluindo dentro de um autocarro abandonado num ponto em Pathanamthitta”, de acordo com informação divulgada pela Polícia local.
As alegações surgiram em janeiro, provocando revolta na comunidade Dalit, em Kerala, da qual a menina faz parte. Os 166 milhões de dalits da Índia estão entre os cidadãos mais marginalizados do país e o estigma que enfrentam permanece até hoje. De forma geral, continuam a sobreviver em condições desumanas e degradantes. Cerca de 80% deles vivem em áreas rurais.
Um relatório de 2020 da ONG Equality Now denunciou que a violência sexual é usada por castas dominantes para oprimir mulheres e meninas dalit. Muitas vezes, a justiça é-lhes negada por causa de uma “cultura predominante de impunidade, principalmente quando os perpetradores são de uma casta dominante”. “Mesmo quando mulheres dalit denunciam abuso sexual, enfrentam uma batalha difícil para obter justiça.”
Imagem ilustrativa: Arvind shakya
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