Diana Fialho condenada a 24 anos de prisão e Iuri Mata a 23
Diana Fialho e Iuri Mata foram condenados esta segunda-feira, 29 de julho. Ministério Público pedia pena máxima, 25 anos.
Diana Fialho e Iuri Mata, acusados da morte da mãe adotiva da arguida, foram condenados a 24 e a 23 anos de prisão. As alegações finais do julgamento decorreram esta tarde, no Tribunal de Almada. O Ministério Público tinha pedido pena máxima para Diana Fialho e para Iuri Mata. Os advogados dos arguidos disseram à saída do tribunal que vão recorrer.
Momentos antes da leitura do acórdão, arguidos choram
Momentos antes da leitura do acórdão, os arguidos falaram com as respetivas defesas. Diana Fialho mostrava-se frágil e, enquanto falava com a advogada, chorava. «Não estás sozinha. A mana está contigo», disse a irmã da arguida, que se encontrava a assistir ao julgamento. Também Iúri Mata se encontrava a chorar. «Força», diz a mãe do jovem. Ao pescoço, o arguido trazia um terço. A advogada pega neste objeto religioso e coloca-o nas mãos de Iúri. «Não esteja a chorar», segreda. Depois de algumas palavras trocadas, ouve-se o jovem dizer: «Obrigada por tudo».
Juiz considera que os arguidos agiram «sem respeito pela vida da vítima»
O juiz descreveu a atuação dos dois arguidos como «escabrosa». «Agiram sem respeito pela vida da vítima.» A maioria dos factos da acusação foram dados como provados. Apenas ficou por provar que Diana Fialho e Amélia Fialho discutiam por causa da relação da arguida com Iúri Mata, e que os arguidos terão pesquisado sobre medicamentos para adormecer e depois matar.
A condenação teve por base as imagens captadas na bomba de gasolina, onde se vê Iúri a comprar gasolina e Diana a adquirir um isqueiro, o facto de o arguido ter acompanhado a Polícia Judiciária e mostrado todo o percurso que terão feito para se livrar do corpo, bem como o local, na Ponte Vasco da Gama, onde se terão desfeito da arma do crime. Esta foi uma diligência tida como ilegal para a defesa dos arguidos, uma vez que na altura em que o Iúri relatou estes factos às autoridades não se fazia acompanhar de um advogado.
Também foram tidos em conta os vestígios de sangue na casa, que «eram de Maria Amélia», refere o juiz. O sangue presente na bagageira do carro também prova que a vítima foi transportada nessa viatura, já depois de morta. Estes são factos que, para o magistrado, mostram a «forma violenta como foi tirada a vida da vítima». Para o Tribunal, os arguidos tiveram uma atitude «exuberante» e «sem qualquer arrependimento» ao participarem de forma fraudulenta às autoridades o desaparecimento da professora do Montijo.
«A arguida, em vez da gratidão de vida, retira a vida à mãe»
As pesquisas, posteriores à morte da vítima, por lugares ermos confirmam uma intenção de planeamento. «A arguida, em vez da gratidão de vida, retira a vida à mãe», disse o magistrado, acrescentando ainda que a arguida foi declarada «indigna». Quer isto dizer que não terá direito à herança da mãe adotiva.
Mãe biológica de Diana não acredita que a filha seja um monstro
Ângela Rodrigues, mãe biológica de Diana Fialho, assumiu ao Correio da Manhã não acreditar que esta seja um monstro. A suspeita foi adotada aos nove anos pela professora de físico-química. Nessa altura, a jovem que tem hoje 24 anos já se encontrava numa instituição. A mulher, à mesma publicação, diz que os primeiros anos de Diana foram bastante difíceis e que foram abandonadas pelo progenitor. Já com um novo companheiro, mas sem dinheiro para manter a filha perto de si, Ângela acabou por perder a guarda de Diana, embora tentasse «sempre ir lá vê-la [ à instituição ]». A mulher recusa a ideia de ter abandonado a filha, embora admita que quando viu a notícia da morte de Amélia na televisão, não tenha reconhecido a filha biológica. «Está diferente. Não parece a Diana pequenina, mas passaram muitos anos», disse.
Texto: Jéssica dos Santos | WiN
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