Malinka e Murat suspeitos pelo desaparecimento de Maddie McCann
No segundo episódio do documentário da Netflix sobre Maddie, são apontados dois suspeitos, Robert Murat e Sergey Malinka.
O início deste segundo episódio do documentário O desaparecimento de Madeleine McCann é também o segundo dia desde que a menina desapareceu do apartamento na Praia da Luz. É nesta fase que os McCann divulgam a famosa foto de Maddie que evidencia a marca no olho. Madeleine estava prestes a tornar-se na criança desaparecida mais famosa do Mundo e os jornalistas chegavam de todos os cantos. «Como dizia um colega nosso, aquilo era a marca da morte», revela Gonçalo Amaral sobre o sinal no olho da menina. Pela segunda noite consecutiva, os McCann saem da casa onde estavam hospedados e lêem para as câmaras um pedido de ajuda para encontrar Madeleine. Kate continua a carregar o peluche da filha mais velha que foi deixado para trás.
Tablóides britânicos criticavam as longas horas de almoço e atacavam Gonçalo Amaral, coordenador operacional da investigação ao desaparecimento de Maddie
Estamos no terceiro dia de desaparecimento. O caso ganha força lá fora e as Autoridades portuguesas estavam debaixo de fogo. Depressa começaram as críticas dos tablóides britânicos. Frisam as demoras dos portugueses nas horas de almoço e começam a atacar Gonçalo Amaral, coordenador operacional da investigação. «Nos primeiros dias, eu saía das instalações da Polícia e ninguém me conhecia. Quando a Praia da Luz estava com muitos jornalistas, muitas televisões… tudo se começou a complicar», recorda o antigo inspector da Polícia Judiciária.
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Nesta fase, surgem filmagens de câmaras de vigilância de uma bomba de gasolina. Uma mulher segura uma menina com as características de Maddie pela mão. Muitas outras versões – de homens e de mulheres – com crianças que poderiam ser Madeleine começam a aparecer. Ao quarto dia, há já reportagens com recurso a helicópteros, que registam imagens claras da área, tal era o interesse que a história tinha ganhado na opinião pública. E é só aqui que as Autoridades nacionais promovem uma conferência de imprensa. A Polícia divulga um retrato robô daquele que poderia ser o homem visto por Jane Tanner mas o desenho, por ser tão vago, acaba por ser ridicularizado.
Primeiro retrato robô de um suposto raptor apresenta forma oval de uma cara e cabelo, mas sem olhos, nariz nem boca
Gonçalo Amaral afirma que as buscas foram sempre feitas por «uma criança viva». «Uma das coisas que se impõe no desaparecimento de uma criança é fazer um inquérito de bairro. Quem é que ali vive. Há quanto tempo vive. Quem chegou há pouco tempo», diz ainda. Nesta fase, e ao quarto dia, carros e casas começam a ser revistados e levanta-se a hipótese de que Maddie tenha sido raptada por um pedófilo.
Robert Murat
Uma semana volvida desde a misteriosa noite e não há sinal de Maddie. Robert Murat estava em cena desde o dia 1. O britânico, que falava Português, estava perto das Autoridades a ajudar com a comunicação e acaba por tornar-se no primeiro suspeito. Um dos jornalistas que acompanha o caso explica por que suspeitou do britânico e é apresentado um caso norte-americano em que um homem com o mesmo perfil de Murat (participativo e disposto a ajudar) acabara por ser condenado pelo assassinato das jovens que ajudara a encontrar.
«Robert Murat começou como tradutor, em alguns depoimentos que foram recolhidos na Praia da Luz. Depois, denunciaram-no como podendo estar envolvido no desaparecimento da criança», recorda Gonçalo Amaral, que afirma que, a essa data, a PJ já tinha uma equipa de vigilância a seguir o britânico. A 200 metros do local onde desapareceu Maddie, Murat vivia com a mãe. Numa manhã, depois de lhe ligarem a pedir-lhe para fazer umas traduções, os investigadores entram-lhe em casa. Fazem buscas e, mais tarde, levaram-no para a PJ de Portimão.
«Eles queriam que eu confessasse. Senti que eles iriam fazer de tudo para me incriminarem», diz Murat
Sergey Malinka
O nome de Sergey começa também a ser falado e vem a descobrir-se que estaria a fazer um site para o suspeito número 1, Murat. O russo acaba por ser levado para interrogatório. «Também se falava de Sergey Malinka. Quando tentávamos recolher mais informação, descobrimos uma relação entre ele e o Robert Murat», diz Gonçalo Amaral. Entrevistado para a série, Sergey diz que as Autoridades o mantiveram no carro durante horas enquanto esperavam pelo mandato de busca para o seu apartamento.
Interrogado pela PJ e por Gonçalo Amaral, fica por explicar uma chamada feita por Murat a Sergey na noite do desaparecimento de Maddie. Quando a Judiciária confisca os pertences do russo, leva computadores e 27 CD-ROM, sendo que há alegações sobre o conteúdo dos CD, nomeadamente pornografia. À Netflix, Sergey recusa-se a falar sobre o assunto. A este ponto da série, Maddie está desaparecida há 14 dias.
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