Doenças neurológicas, reumáticas, ansiedade e depressão aumentam risco de quedas
Um estudo da Faculdade de Medicina do Porto revelou que a doença neurológica e reumática, bem como sintomas reveladores de ansiedade e de depressão, têm uma associação direta na ocorrência de quedas acidentais, sobretudo em mulheres e idosos.
Um estudo da Faculdade de Medicina do Porto revelou que a doença neurológica e reumática, bem como sintomas reveladores de ansiedade e de depressão, têm uma associação direta na ocorrência de quedas acidentais, sobretudo em mulheres e idosos.
A investigação, a que a Lusa teve hoje acesso, concluiu que, aproximadamente, dois em cada 10 portugueses (24,1%) sofrem quedas acidentais, sendo que as mulheres, com o dobro do risco dos homens, e as pessoas com mais de 75 anos apresentam maiores probabilidades de cair.
O estudo avaliou as características das quedas acidentais que ocorrem na população adulta portuguesa e constatou que, a par do sexo e da idade, existem outras condições crónicas de saúde como principais determinantes das quedas.
Os resultados mostraram também que hipertensão arterial, a diabetes mellitus ou níveis elevados de colesterol estão associados a maiores chances de sofrer quedas.
Segundo Carlos Vaz, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e um dos autores do estudo, “as quedas são uma grande questão de saúde pública, dada a sua prevalência e impacto social”.
O médico reumatologista refere que as quedas são responsáveis pela principal causa de lesões fatais e não fatais entre os adultos a partir dos 65 anos.
“Efetivamente, são um fator de risco de fraturas e hemorragias, mas também contribuem para a deterioração da qualidade de vida e o aumento da mortalidade, sem esquecer o impacto substancial que representam nos custos dos cuidados de saúde”, alerta Carlos Vaz.
O estudo, que juntou investigadores da FMUP e da NOVA Medical School, observou que a percentagem de quedas na população é superior nas regiões do Alentejo e Centro (25,8%), mas também nas regiões Norte (24,8%) e nos Açores (24,1%).
Os autores do estudo sublinham que “só na última década, o número de pessoas mais velhas em Portugal aumentou cerca de 19%”.
Para reduzir o número e as complicações das quedas, os investigadores traçam um caminho que passa pela implementação de estratégias de prevenção específicas e adaptadas que permitam melhorar a saúde geral dos portugueses.
“Os médicos, por exemplo, devem ser conscientes do maior risco que estes doentes enfrentam e devem ter um papel mais proativo, informando-os de como evitar uma queda e de como reagir quando isso acontece”, defendem.
O estudo sobre a caracterização das quedas acidentais dos portugueses surge no âmbito do projeto nacional EpiReumaPt, que visava estimar a prevalência de doenças reumáticas e musculoesqueléticas e determinar o seu impacto na função, qualidade de vida, saúde mental e utilização de recursos de cuidados de saúde.
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