Elizabeth Báthory, a condessa que torturava, queimava e desmembrava criadas
Elizabeth Báthory é frequentemente considerada a assassina em série mais prolífica de todos os tempos. Terá matado entre 200 e 650 criadas dentro do seu castelo.
Elizabeth Báthory, nascida em 7 de agosto de 1560, era a herdeira de uma riqueza inimaginável. Pertencente à nobreza húngara, falava quatro línguas para além do húngaro: eslovaco, alemão, grego e latim. Apesar do estatuto, viveu uma infância difícil e traumática. Além de ataques epiléticos, condição considerada estranha naquela época, os pais eram primos, fator que propiciou outras anomalias. Além disso, em criança, Elizabeth presenciou diversas cenas de violência com criados do castelo e execuções em praça pública.
Reza a lenda que a pequena Elizabeth teve uma visão em que viu a cabeça de um homem a ser costurada ao estômago de um cavalo. Com 10 anos, Elizabeth ficou noiva do conde Ferenc Nádasdy, de 15 anos, seu primo e também ele filho de uma família aristocrática. Foi então que mudou-se para o palácio de Nádasdy e aprendeu a administrar as propriedades da família. Durante o noivado, teve um caso com um camponês do qual resultou uma gravidez. A criança foi separada da mãe assim que nasceu. O pai da criança foi castrado e, posteriormente, atirado aos cães.
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O casamento com Ferenc foi oficializado em 1574, quando tinha 14 anos. O presente de núpcias foi o Castelo Csejthe. O infame Castelo Csejthe tornou-se a casa de Elizabeth e foi palco de centenas de homicídios. Ferenc, que ficou conhecido como o Cavaleiro Negro da Hungria – pela sua notoriedade como guerreiro –, acabou por ensinar várias das técnicas de combate à esposa. Com as constantes guerras e invasões, o casal passava anos sem se ver. No entanto, trocavam cartas com frequência e um dos tópicos que mais discutiam eram formas de castigar os criados; desde as mais simples até às mais elaboradas torturas.
Agulhas, alfinetes, queimadelas e canibalismo
Uma delas consistia em enrolar um pedaço de papel oleado, colocá-lo entre os dedos dos pés e, de seguida, pegar fogo ao papel. Além disso, Ferenc terá comprado a Elizabeth uma luva com garras que ela usava para cortar do corpo das criadas. No final do século XVI, as recorrentes mortes das criadas da condessa eram evidentes. No entanto, a forte influência das famílias do casal impedia que qualquer tipo de investigação fosse levada a cabo. Em 1604, com a morte do marido, o sadismo de Elizabeth escalou. Em conjunto com alguns ajudantes, passou a ‘acolher’ jovens camponesas das ruas para que fossem trabalhar no castelo.
A partir daí, qualquer pretexto servia para torturar uma criada. Aquelas que cometiam erros a costurar eram castigadas com agulhas. Elizabeth enfiava alfinetes nos dedos das meninas e, caso os tirassem, ela cortava-os. Era comum despir as jovens antes de as espancar. Numa ocasião, a condessa arrancou à mordidela um pedaço da cara de uma criada. Abrigada na câmara de tortura do castelo, Elizabeth chicoteava, desfigurava o rosto das criadas, forçava o canibalismo entre elas e queimava-as com ferros.
Torturar criadas deixou de ser suficiente
Também há relatos de que a condessa arrancava a carne das vítimas com alicates e desmembrava-as, entre outras atrocidades. A principal motivação da carnificina era manter-se jovem. Acreditava que, bebendo e tomando banho no sangue das jovens, impediria o envelhecimento. No entanto, o próprio ato de torturar e ver o sofrimento das raparigas também a deixava feliz. A certa altura, torturar criadas e camponesas deixou de ser suficiente. A condessa decidiu, então, fundar uma escola de formação para raparigas da nobreza.
Por volta de 1610, quando os pais das jovens começaram a questionar o que tinha acontecido com as filhas, a condessa inventou que uma delas teria matado todas as colegas e suicidou-se de seguida. No entanto, a explicação não convenceu a nobreza húngara. A suspeita do envolvimento da condessa, somada à sua má fama relativa à forma de tratamento e desaparecimento das criadas e dívidas que o defunto marido tinha contraído com o Rei Matias II, fez com que a realeza levasse a cabo uma investigação.
Cenário encontrado deixou todos em choque
Foram encontrados diversos corpos enterrados em redor da extensa propriedade. Paredes manchadas de sangue, gritos que ecoavam pelos corredores do castelo e diversas criadas em agonia por todo o castelo. Elizabeth Báthory e os cúmplices foram detidos e levados a julgamento. Enquanto seus cúmplices foram lançados à fogueira, a condessa, que foi considerada louca, ficou presa nas celas em que tinha praticado os crimes macabros. Estima-se que tenha sido responsável por 200 a 650 mortes, entre outros crimes.
No entanto, há quem, ainda hoje, defensa a sua inocência. Os defensores alegam que o Rei Matias II pretendia prender a condessa por ser protestante e uma mulher poderosa. Elizabeth Báthory morreu em 22 de agosto de 1614. Foi enterrada em solo sagrado, mas os restos mortais foram removidos após queixas dos moradores. O cadáver foi então transportado para a cripta dos Báthory. A cripta foi aberta em 1995 e os restos mortais de Elizabeth não foram encontrados.
Foto ilustrativa: Shutterstock
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