Embraer já está a apoiar investigação sobre avião que aterrou de emergência em Beja

Embraer, empresa construtora do avião que efetuou uma aterragem de emergência bem-sucedida em Beja, no domingo, revelou hoje à Lusa que já está a apoiar a “investigação desta ocorrência”.

Embraer já está a apoiar investigação sobre avião que aterrou de emergência em Beja

Contactada pela Agência Lusa, fonte da construtora aeronáutica brasileira disse, numa resposta enviada por correio eletrónico, que “a equipa técnica da Embraer já está” a apoiar as autoridades no “processo de investigação desta ocorrência”.

O avião que, no domingo, aterrou de emergência numa das pistas da Base Aérea n.º 11 de Beja (BA11) — que servem também o aeroporto da cidade – é um Embraer E190 da companhia aérea Air Astana, do Cazaquistão, no qual seguia uma tripulação de seis pessoas.

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A aeronave tinha “concluído trabalhos de manutenção” na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, confirmou esta empresa, no domingo, informando estar “a colaborar com as autoridades aeronáuticas na investigação” das causas do incidente.

O avião, disse a OGMA, em comunicado, “aterrou em segurança, sem danos materiais ou físicos”.

 

Problemas nos eixos do controlo, afirma Air Astana

Em resposta a perguntas colocadas pela Lusa, a Air Astana revelou hoje que informações iniciais apontam para problemas nos eixos do controlo da aeronave como tendo estado na origem da aterragem de emergência em Beja.

A “aeronave apresentava desvios de estabilidade do eixo longitudinal (‘roll-axis’, no original)”, segundo as indicações iniciais, disse à Lusa fonte oficial da companhia.

O avião da Air Astana, que descolou de Alverca às 13:21 e que declarou emergência, esteve algum tempo a sobrevoar a região a norte de Lisboa e também o Alentejo, numa trajetória irregular.

Já escoltado por dois caças F-16 da Força Aérea Portuguesa (FAP), foi tomada a decisão de aterrar o Embraer na BA11/aeroporto de Beja, o que aconteceu às 15:28, à terceira tentativa.

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Na resposta à Lusa, a transportadora referiu que o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) “vai controlar as ações” da investigação, enquanto o fabricante do avião, a Embraer, “será envolvido e consultado de perto”.

À questão da Lusa sobre responsabilidades neste processo, a Air Astana sublinhou estar, atualmente, “focada em apoiar a investigação formal pelo GPIAAF”.

Uma fonte aeronáutica avançou à Lusa, no domingo, que o avião, que tinha como destino Minsk, capital da Bielorrússia, sofreu uma “falha crítica nos sistemas de navegação e de controlo de voo”.

Em conferência de imprensa, no domingo à noite, o comandante da BA11, coronel piloto-aviador Fernando Costa, informou que a aeronave Embraer E190 iria permanecer na unidade militar a aguardar reparação.

 

Força Aérea diz que é “completamente alheia”

O porta-voz da FAP, tenente-coronel Manuel Costa, adiantou hoje à Lusa que o avião está numa placa de estacionamento da BA11.

“Agora há todo um processo que tem a ver com a investigação do que é que se passou e de reparação da aeronave”, ao qual a FAP é “completamente alheia” e sobre o qual “não tem qualquer controlo”, referiu.

O comandante da BA11, questionado pelos jornalistas sobre se este foi o incidente mais grave de aterragem de emergência naquela base, respondeu: “sim, seguramente”.

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Fernando Costa disse que a aterragem de emergência provocou “alguns danos ligeiros em termos de iluminação lateral das bermas da pista” da BA11 onde o avião aterrou, mas “nada de muito relevante, comparativamente ao incidente e como ele terminou”.

Dois dos seis tripulantes foram considerados feridos ligeiros e observados nos Hospital de Beja, no domingo, mas tiveram alta pouco tempo depois.

 

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