Um empresário, de 56 anos, foi ontem condenado a 12 anos de cadeia pelo homicídio de um jovem, de 25. João Pedro Monteiro foi morto à facada numa rixa num café em Casével, concelho de Santarém, em novembro de 2019.

“O arguido, ao invés de assumir uma postura de serenidade, por ser mais velho, optou pelo confronto direto por não gostar de sair a perder”, resumiu a presidente do coletivo de juízes.

O Tribunal de Santarém censurou o facto de, após o crime, o homem se ter dirigido à casa de banho do café para limpar o sangue da roupa. Nunca se preocupou com o estado da vítima, que morreu pouco tempo depois já dentro de uma ambulância do INEM.

Durante todo o julgamento, Rui Mendes alegou ter agido em legítima defesa. Tentou dessa forma convencer os juízes de que teria sido agredido em simultâneo pela vítima mortal, bem como por dois amigos deste.

Piropo na origem da rixa fatal

Porém, o Tribunal de Santarém deu como provado que os dois estavam sozinhos, frente a frente, quando o homicida tirou do bolso a navalha com que desferiu os golpes que provocaram a morte do jovem.

A profundidade do corte fatal nunca poderia ter sido provocada por uma queda acidental, como tentou fazer crer o arguido.

“O arguido foi o único responsável pela escalada de violência naquela noite trágica”, resumiram os magistrados. Na noite do crime decorria uma festa de karaoke quando Rui Mendes ameaçou o grupo de João Pedro. Em causa está um piropo a uma mulher que o acompanhava.

Já no exterior do café começou uma rixa e a vítima acabou por ser atingida com uma navalha. O homicida terá ainda de pagar uma indemnização de 157 mil euros aos pais do jovem.

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