Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla usou parte dos donativos para pagar salários, no final do ano passado. Segundo o jornal Público, que avança a notícia, cerca de 35 mil euros foram levantados pela nova direção para fazer face às despesas da instituição.

A coordenadora regional Maria de Jesus Bispo fez a denúncia através de uma «carta aberta» aos amigos e colaboradores da instituição, onde acusa a atual direção de «delapidação» dos fundos arrecadados ao longo de 15 anos.

«Tenho o dever de informar as pessoas que acreditaram em mim, e me ajudaram a arranjar o dinheiro, promovendo várias iniciativas, com o objetivo de ajudar os doentes, dando-lhes melhores condições de vida e de tratamento», afirma a coordenadora, citada pelo jornal, justificando o que a levou a denunciar a situação.

Os tratamentos dos pacientes que sofrem desta doença são comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O restante dinheiro, que se manteve na conta, foi transferido para uma outra conta da direção da instituição, avança Maria de Jesus Bispo. Contudo, o Banco Santander «pediu um parecer jurídico, para saber da legalidade/legitimidade daquela operação».

«Foi necessário para pagar salários»

Ao Público, o presidente da SPEM, Alexandre Guedes da Silva, explica o uso dos 35 mil euros: «Foi necessário, no final do ano, usar as reservas que a SPEM tinha para pagar salários. Portanto, trata-se de uma operação normalíssima, não há aqui nada de estranho, está tudo previsto nos estatutos.»

A instituição passou por um período difícil no ano passado. «Foi muito difícil para todas as IPSS», refere Alexandre Guedes da Silva, aludindo ao facto de ter coincidido com o momento em que foi também detetado irregularidades na gestão da Raríssimas – Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras.

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