Espanha em choque com assassinato de Samuel. “Ou paras de gravar ou mato-te, maricas!”

Samuel foi espancado por cerca de 13 pessoas. O crime bárbaro aconteceu na madrugada de sábado, dia 2 de julho. Samuel Luiz Muñiz, auxiliar de enfermagem, saía à noite na Corunha, em Espanha após vários meses sem muitos contactos devido à pandemia e à sua responsabilidade na linha da frente.

O crime bárbaro aconteceu na madrugada de sábado, dia 2 de julho. Samuel Luiz Muñiz, auxiliar de enfermagem, saía à noite na Corunha, em Espanha após vários meses sem muitos contactos devido à pandemia e à sua responsabilidade na linha da frente.  Este era o primeiro fim-de-semana com os espaços de diversão noturna abertos na Galiza, depois de dez meses e meio de apertadas medidas devido à pandemia.

Nessa noite, Samuel e Lina, uma amiga, saiam do bar para fumar um cigarro e começaram uma videochamada com outra amiga e foram interpelados.

 

“Um rapaz gritou connosco, disse para pararmos de gravar”, contou Lina ao La Voz de Galicia. “Tentámos explicar que estávamos a fazer uma videochamada e a mostrar a uma amiga onde estávamos”. “O rapaz era dos que queria confusão e era a nossa vez”, conta, recordando a fatídica noite. A tentativa de explicação nada valeu e o homem partiu para a ameaça.

Ou paras de gravar ou mato-te. Maricas”. Samuel reagiu e foi agredido com um soco violento na cara e caiu no chão, onde continuou a ser golpeado. Um grupo interveio e impediu que a situação escalasse, mas o pior viria a acontecer depois.

Lina regressou ao bar para ir buscar o telemóvel de Samuel e quando voltou, não o encontrou. Um pouco à frente, junto à Plaza de Pontevedra, ouviu gritos. “Maricas de merda!”, revelou. Samuel tinha sido espancado pelo agressor que voltou com reforços.

Correu para o local mas Samuel já estava inconsciente, no chão. Dos agressores nem sinal. Várias testemunhas afirmam que Samuel foi pontapeado e esmurrado enquanto era insultado e pelo menos 13 pessoas foram localizadas e prestaram declarações às autoridades. Contudo, a polícia acredita que apenas sete estejam diretamente envolvidas nos ataques que resultaram na morte do jovem.

As ambulâncias e a polícia demoraram cerca de 10 minutos a chegar e a vítima ainda foi transportada para o hospital mas o jovem já tinha sucumbido ás agressões.

A versão dos amigos de Samuel, de que tudo começou numa discussão sem sentido é comprovada pelas imagens recolhidas pelas câmaras de vigilância dos bares e estabelecimentos na zona do ataque.

O pai da vítima já veio a público e pede justiça. “Eu pergunto às famílias daqueles que mataram o meu filho como se sentiriam se estivessem no meu lugar”. Espanha está em choque e são muitos os que pedem que este seja tratado como um crime homofónico.  Milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades em Espanha numa manifestação pelos direitos dos LGBT+.

Samuel tinha 24 anos e cuidava de idosos num lar em Padre Rubinos, Corunha. Na segunda-feira, o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, indicou que até o momento ninguém foi ainda preso e que “nenhuma hipótese está excluída, nem o crime de ódio, nem qualquer outro”. Também no mesmo dia, o chefe do governo, Pedro Sánchez, pediu celeridade na investigação da polícia. “Foi um ato selvagem e cruel. Não vamos dar um passo atrás em direitos e liberdades. A Espanha não vai tolerar isto”.

 

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