Estudante com bebé é expulsa de sala e colegas deixam aula em protesto [vídeo]
Laura Santos precisou de levar a filha de seis meses para universidade mas professora expulsou-a da sala, alegando que a bebé não estava matriculada.
Uma mãe e estudante do terceiro ano de pedagogia foi impedida de assistir a uma aula porque precisou de levar a filha bebé de seis meses para a faculdade. Laura Santos, de 20 anos, foi expulsa da sala de aula na passa quinta-feira, 20 de outubro, porque, segundo a professora, “pessoas não matriculadas não podem estar na sala de aula”. Em entrevista ao BHAZ, a jovem explicou que, como tem aulas em regime pós-laboral, é o marido quem normalmente fica com a filha. No entanto, naquele dia, o pai da criança precisou de trabalhar até mais tarde e a estudante não encontrou ninguém que pudesse cuidar da filha.
Foi então que decidiu levá-la consigo para a faculdade. Laura revela que não foi a primeira vez que a filha a acompanhou numa aula e nunca teve qualquer problema. “Já aconteceram outros imprevistos, precisei de levá-la comigo e fui super acolhida na faculdade”. “A professora do primeiro horário até publicou foto com ela”, relembra. No entanto, ao voltarem do intervalo, para a aula prática, Laura foi abordada pela professora à frente dos colegas. “Não me deu sequer oportunidade de falar com ela. Disse que não podia assistir à aula com a minha filha ali. Fiquei muito constrangida”, começa por dizer. “Disse que não podia porque é proibida a permanência de pessoas que não são alunos dentro da universidade”.
De seguida, Laura e a representante da turma foram falar com o vice-diretor sobre a situação. Aí, foram informadas que não existe lei que permita ou proíba a presença de crianças na universidade. As alunas, então, voltaram para a sala de aula e transmitiram as palavras do vice-diretor à professora, que não mudou a sua decisão. “Ela disse que depois falava comigo para me passar a matéria. Que quando houvesse imprevistos, era melhor utilizar as faltas que posso dar do que levar a minha filha comigo”.
“Eu tenho filho mas quero estudar”
Diante da situação, os alunos da Universidade Estadual de Minas Gerais que estavam na sala resolveram mostrar o seu apoio a Laura. “A turma toda combinou que, se a professora não me deixasse assistir à aula, todos sairiam”. O caso ganhou repercussão e outros alunos da faculdade juntaram-se à causa e combinaram uma manifestação pelo direito de educação das mães matriculadas na universidade. “Não vou parar. Tenho filho, mas eu quero estudar!”, pode ouvir-se nos protestos. Depois da manifestação, a direção da escola entrou em contacto com Laura para assegurar-lhe o direito em levar a filha para as aulas.
A professora acabou por pedir desculpa mas reiterou o seu posicionamento de que a criança não era uma aluna regularmente matriculada e, como tal, não poderia ocupar espaços da faculdade. Para Laura, toda a situação foi um choque. Revela ter ficado muito surpreendida com o que aconteceu. “Não esperava porque na faculdade fazemos trabalhos, eventos e discutimos muito o afastamento das mulheres por causa da maternidade. Inclusive, há um projeto chamado mães universitárias. Então, não esperava essa atitude da professora. “Achei um absurdo isso acontecer numa faculdade de educação, no curso de pedagogia”, finaliza.
Foto: Reprodução
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