Exército israelita tem negado mais acessos de missões e ajuda em Gaza
As duas primeiras semanas de janeiro registaram um forte aumento das recusas do exército israelita ao acesso de missões e ajuda humanitária ao norte de Gaza, onde o colapso humanitário se agrava, denunciaram as Nações Unidas.
“As duas primeiras semanas de janeiro assistiram a um aumento dramático da taxa de recusas de acesso do exército israelita às zonas do norte de Wadi Gaza”, que inclui a cidade de Gaza e a sua zona mais setentrional, que inclui cidades como Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahia, que se encontram em grande parte devastadas.
De acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) no território palestiniano, apenas sete das 29 missões previstas para o norte “foram total ou parcialmente realizadas, o que representa apenas 24% do planeamento inicial”.
“A taxa de 69% de recusas na primeira quinzena de janeiro denota uma deterioração acentuada em relação aos meses anteriores, quando apenas 14% das missões planeadas para o norte tiveram o acesso negado”, afirmou a agência das Nações Unidas.
O OCHA sublinhou que o exército israelita recusou a passagem a 95% das missões que envolviam entregas de combustível, que são fundamentais na Faixa de Gaza para os geradores de energia, a eletricidade e os serviços essenciais, como os centros de saúde.
“Este facto aumentou os riscos para a saúde e para o ambiente e enfraqueceu a funcionalidade” de seis instalações médicas, as únicas que ainda funcionam parcialmente no norte, enquanto outras 18 ainda estão fora de serviço, afirmou a ONU.
As forças israelitas anunciaram em janeiro que tinham desmantelado quase completamente as infraestruturas militares do movimento islamita palestiniano Hamas no norte de Gaza, de onde também começaram a retirar algumas das suas tropas, embora tenham sido registados ataques, combates e baixas nos últimos dias, uma vez que subsistem bolsas de resistência.
De acordo com os serviços médicos do Crescente Vermelho, permanecem na parte norte do enclave cerca de 800.000 pessoas, que não se deslocaram para o sul, e que estão sujeitas ao “contínuo cerco israelita que impede a entrega de ajuda humanitária”, enquanto a “insegurança alimentar e a falta de água potável” estão a alastrar no meio da “destruição generalizada das infraestruturas”.
“Há escassez de produtos básicos, incluindo pão, legumes e medicamentos”, afirmou na quinta-feira o Crescente Vermelho, apelando à abertura de um corredor humanitário seguro para a distribuição de assistência.
As Nações Unidas continuam a alertar para o colapso humanitário da Faixa de Gaza como resultado da ofensiva israelita, que já deixou quase 25 mil palestinianos mortos em mais de três meses de guerra.
JH // RBF
By Impala News / Lusa
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