O esquema permitiu a um homem de 53 anos de idade, sem profissão, manter um nível de vida elevado durante meses. Usava uma foto de um modelo com metade da idade dele num perfil falso no Facebook para seduzir mulheres, solteiras e casadas. O esquema é conhecido por «sextortion» – crime de extorsão sexual. O indivíduo ganhava a confiança das vítimas e convencia-as a enviarem-lhe fotos eróticas, usadas depois as chantageá-las, obrigando-as a entregarem-lhe centenas de euros a troco do silêncio. Tinha o cuidado de nunca contactar pessoalmente as mulheres até ter sido detido pela Polícia Judiciária de Vila Real. Foi detido, mas acabou libertado pelo tribunal.

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Dezenas de vítimas no Facebook um pouco por todo o País

A PJ acredita que terão sido dezenas as vítimas deste esquema de sextortion em todo o País, já que existem processos em várias comarcas, pelo mesmo crime. Os inspetores identificaram até ao momento seis situações, mas acreditam poder chegar a muitas mais. O homem escolhia criteriosamente as vítimas no Facebook. «Criou amizade com várias mulheres, convencendo-as a facultarem-lhe fotografias ou filmes de cariz íntimo/sexual», confirma a PJ, citada esta quinta-feira, 6 de agosto, pelo JN.

Primeiro apelava ao coração, depois assaltava a bolsa

Uma vez na posse de imagens comprometedoras enviadas pela vítima, abordava-a com a história de que o irmão paraplégico necessitava de dinheiro para uma cadeira de rodas. Por norma, solicitava 500 a 800 euros e algumas das vítimas prestavam-se a ajudar. Se fossem relutantes ao pedido, partia para a ameaça: se não pagassem, publicava as imagens de cariz sexual no Facebook, incluindo namorados, companheiros ou maridos. Perante a ameaça, muitas terão cedido.

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Não dava a cara, nem para receber o dinheiro

O burlão nunca recebeu o dinheiro fruto da sextortion pessoalmente. Combinava locais de entrega onde depois recolhia o dinheiro. Saltava de cidade em cidade, permanecendo em hotéis e residenciais por períodos curtos. O Ministério Público e o juiz que o ouviram depois de a Polícia Judiciária o ter detido mandaram-no em liberdade. Está obrigado a apresentar-se duas vezes por semana às autoridades e proibido de aceder a redes sociais e de contactar com as vítimas.

 

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