Filmaram a violação de uma menor na via pública e não ajudaram a vítima
Vários homens filmaram a violação de uma menor em Casablanca e não ajudaram a vítima. Casos semelhantes são comuns em Marrocos.
Vários homens filmaram a violação de uma menor em Casablanca e não ajudaram a vítima. Casos semelhantes são comuns em Marrocos. Em 2016, uma jovem foi violada à saída de um autocarro. O caso tomou proporções mundiais, com repúdio do ato e à falta de assistência à vítima.
Casablanca foi novamente notícia esta semana pelos mesmos motivos. Uma menor foi abusada sexualmente nas ruas daquela cidade marroquina, sem que ninguém a ajudasse.
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O vídeo da violação, no qual se pode ver o crime e as súplicas da menor, foi divulgado pela polícia para identificação do agressor. Nas imagens, pode ver-se que um homem despe a rapariga enquanto outros filmam o ato.
Em desespero, a vítima suplica por ajuda enquanto questiona o violador. «Não tens coração, não tens irmã, gostavas que fizessem o mesmo?» A jovem ainda tenta escapar, mas não consegue livrar-se do agressor.
O caso teve lugar em janeiro e foi divulgado esta semana. Apenas um dia depois da partilha das imagens, a polícia identificou o culpado. Trata-se de um jovem de 21 anos Da aldeia de Bouchane, em Marrakech.
Filmaram a violação e o vídeo serviu mais tarde para identificá-los
O agressor já foi detido e vai permanecer preso enquanto aguarda julgamento. No caso de 2016, a polícia conseguiu deter seis menores, com idades compreendidas entre os 15 e os 17 ano, menos de 24 horas após o crime.
A vítima, de 24 anos, não denunciou os agressores e sofre de problemas mentais. Este tipo de agressões é comum em Marrocos. No país, as mulheres continuam a ser vistas como seres humanos de segunda categoria. Têm muitos deveres, mas poucos direitos.
Em dezembro do ano passado, o presidente da Câmara de Rabat anunciou querer pôr em circulação autocarros «cor de rosa». Seriam reservados apenas a mulheres, com o objetivo de evitar violações em transportes públicos.
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Contudo, a ideia recebeu inúmeras críticas de associações feministas. Consideraram não ser esse o caminho para evitar este tipo de crimes. As mulheres pedem alterações na Lei, penas mais pesadas, mais polícias na rua e formação de prevenção em escolas.
Querem também ações de formação para as crianças, de forma a que quando chegarem à idade adulta não sintam que as mulheres são inferiores.
Segundo um relatório da ONU Mulheres, 60 por cento dos homens marroquinos acreditam que a violência sexual está legitimada quando uma mulher se veste de forma provocatória ou sai à noite em lugares públicos.
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