Funeral do Papa emérito Bento XVI realiza-se hoje
O funeral do Papa emérito Bento XVI, que morreu no sábado aos 95 anos, realiza-se hoje na Praça de São Pedro, no Vaticano, seguindo um cerimonial “solene” mas “sóbrio”.
O funeral do Papa emérito Bento XVI, que morreu no sábado aos 95 anos, realiza-se hoje na Praça de São Pedro, no Vaticano, seguindo um cerimonial “solene” mas “sóbrio” que será acompanhado, segundo estimativas oficiais, por milhares de pessoas. As exéquias, após o corpo do Papa emérito ter ficado três dias em câmara ardente com milhares de pessoas a prestarem a última homenagem, serão “solenes”, com algumas adaptações, e “sombrias”, por vontade expressa de Bento XVI.
Como tal, o Vaticano apenas convocou oficialmente para a cerimónia – que será presidida pelo Papa Francisco (que irá proferir a homília) e celebrada pelo Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício – duas delegações, de Itália e da Alemanha, o país onde nasceu Joseph Ratzinger.
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A delegação italiana será liderada pelo chefe de Estado, Sergio Mattarella, e pela primeira-ministra, Giorgia Meloni, assim como a delegação alemã, que será chefiada pelo Presidente, Frank-Walter Steinmeier, e o chanceler alemão, Olaf Sholz. Uma delegação das autoridades da Baviera, região que viu nascer Joseph Ratzinger, também estará presente e será encabeçada pelo líder do governo regional, Markus Söder.
O Estado português estará representado nas cerimónias pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro. Marcelo Rebelo de Sousa tem previsto para hoje um encontro, na Basílica de São Pedro, com o Papa Francisco.
Os Presidentes da Polónia (Andrzej Duda), da Eslóvenia (Natasa Pirc Musar) e da Hungria (Katalin Novák) também confirmaram a sua presença na cerimónia, bem como os primeiros-ministros polaco e húngaro, Mateusz Morawiecki e Viktor Orbán, respetivamente. A rainha emérita de Espanha Sofia e o Rei Felipe da Bélgica estarão também na Praça de São Pedro, bem como o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.
Da Croácia, estarão os titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, Goran Grlic Radman e Nina Obuljen Korzinek, respetivamente, e da Ucrânia, país em guerra na sequência de uma ofensiva militar russa iniciada em fevereiro, estará o bispo Kenneth Nowakowski, em representação do líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, o arcebispo Sviatoslav Shevchuk.
São esperadas na Praça de São Pedro cerca de 60 mil pessoas, segundo estimativas das autoridades locais.
Diversos representantes ecuménicos devem igualmente comparecer, como será o caso de Antonio de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscovo, em representação do patriarca Cirilo (responsável máximo da Igreja Ortodoxa Russa). Prevê-se a presença de mais de 400 bispos e de 4.000 sacerdotes para uma cerimónia que terá um modelo quase idêntico às exéquias de um pontífice em funções, mas com algumas adaptações tendo em conta o atual estatuto de emérito de Bento XVI.
O Papa emérito vai ser sepultado, por seu desejo expresso, na Cripta da Basílica de São Pedro, no túmulo que pertenceu a João Paulo II, antes dos restos mortais do Papa polaco terem sido transferidos para a superfície do templo em 2011 após a sua beatificação.
A cerimónia, que contará com uma expressiva cobertura mediática — mais de mil jornalistas de mais de 30 países estão acreditados -, realiza-se a partir das 09:30 locais (08:30 em Lisboa). A zona da Praça e da Basílica de São Pedro será uma área de acesso restrito durante o funeral, com um dispositivo de segurança reforçado e o espaço aéreo fechado.
Joseph Ratzinger, que foi Papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
O Papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo. Os abusos sexuais a menores por padres e o “Vatileaks”, caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.
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