GNR não ouviu polícias que acompanhavam Eduardo Cabrita

Documento das autoridades apenas identifica os três trabalhadores e ignora quem estava no local e que presenciou o violento e fatal acidente.

GNR não ouviu polícias que acompanhavam Eduardo Cabrita

GNR já ouviu uma das testemunhas do acidente que vitimou Nuno Santos mas não estão identificados no auto (também como testemunhas) os polícias que acompanhavam o ministro. Além do BMW de Eduardo Cabrita, havia ainda mais dois carros na comitiva e foram dois elementos do corpo de segurança pessoal do governante que saíram das viaturas e tentaram prestar os primeiros socorros.

De acordo com o Correio da Manhã, o documento das autoridades apenas identifica os três trabalhadores e ignora quem estava no local e que igualmente presenciou o violento e fatal acidente. Um dos polícias que estavam na comitiva é também enfermeiro e foi ele quem rapidamente percebeu que nada havia a fazer. Nuno Santos teve morte imediata.

«Fomos ver a matrícula e o carro não está registado», diz Rui Rio

Ontem, Rui Rio, presidente do PSF, realçou que o Governo anda de “trapalhada em trapalhada”. “Fomos ver a matrícula e o carro não está registado. Procurámos na legislação alguma normal de exceção que dissesse que os automóveis do Estado, do Governo, não carecessem de registo, ou não estivessem registados na conservatória como os outros carros de matrícula portuguesa. Não encontrámos nenhuma legislação. Como é possível […] que não esteja registado?”, questionou o líder da oposição.

Logo depois, o MAI explicou que o carro ainda não foi declarado perdido a favor do Estado, encontrando-se em situação de apreendido. Foi por isso “rematriculado”, mas tem autorização para poder circular na via pública, até maio de 2023.

Carro circulava a 200 km/h

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O estado do carro em que circulava o ministro Eduardo Cabrita

Os dados já recolhidos na investigação da GNR indicam que o carro oficial da MAI circulou a uma velocidade média de 200 km/h. Este resultado é fruto de uma estimativa feita a partir dos registos da Via Verde e das câmaras da autoestrada e a hora do acidente. Apesar disso, não é possível aos investigadores determinar com exatidão a velocidade do veículo no momento do atropelamento de Nuno Santos. Uma das formas seria através da centralina do carro, mas os militares não puderam aceder aos dados da mesma.

Além disso, outra situação pouco clara é a razão para que nem Eduardo Cabrita, nem os outros elementos da comitiva que seguiam noutra viatura contem no auto da GNR como testemunhas. Neste, apenas estão presentes os três colegas de Nuno Santos que presenciaram o atropelamento mortal. Ainda assim, poderão vir a ser chamados ao Ministério Público de Évora, que dirige o inquérito.

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